Temos hoje muitas formas de pobreza como a falta de pão, de dignidade, de emprego, de casa, de um trabalho justo, de saúde e de meios que provocam números de pobreza nunca antes experimentados.
Todos conhecemos as diversas situações de pobreza que existem à nossa volta e as suas consequências. Sabemos que há muitas instituições da Igreja, dos estados e da sociedade civil, que tudo estão a fazer e a lutar para a erradicação efetiva da pobreza no mundo. No entanto, continua a existir um fosso enorme entre os que têm muitos bens e os pobres.
As palavras partilha e solidariedade são cada vez mais atuais e necessárias, pois quem ajuda sem interesse e por amor verdadeiro, nunca ficará sem recompensa. Podemos perguntar-nos perante tantas necessidades e dificuldades, quem são hoje os pobres? Podemos nós ajudar a diminuir a pobreza? A fé cristã lembra as palavras de Jesus: “Felizes os pobres em espírito, porque deles é o reino dos céus”. Ele também nos ensina “o que fizerdes ao mais pequenino dos meus irmãos a mim o fazeis”.
Não esqueçamos a grandeza das obras de misericórdia: “tive fome e destes-me de comer”. Afinal, pobres sempre os teremos connosco e a maior crise económica, financeira, ou provocada pela pandemia, não pode ofuscar a nossa preocupação pelos pobres.
Tomemos como exemplo o relato da multiplicação dos pães e dos peixes em que Jesus abençoa o pão e o reparte pela multidão, como o paradigma de que “o pão de cada dia”, é uma referência aos bens essenciais que devemos possuir para nos alimentarmos enquanto pessoas humanas, mas sendo cada vez mais escassos devemos partilhá-los em solidariedade com os mais pobres.
A pobreza cresce de modo exponencial nos nossos dias e a nível mundial agravou-se com o desemprego e as consequências da pandemia de Covid-19.
O texto a que fizemos referência, mostra-nos uma multidão faminta, que tinha deixado tudo para seguir Jesus e ouvir as suas palavras de bem-aventurança. Ele olha para a multidão com fome e questiona os discípulos sobre aquilo que devia fazer-se. Ilumina o coração dos discípulos e como relata o Evangelho, Jesus dá importância ao pouco que possuímos na nossa vida para se manifestar em benefício dos outros. Um rapaz tinha apenas cinco pães e dois peixes, aparentemente pouco, mas abençoado por Jesus, pode saciar a fome da multidão (Cf. Jo 6).
Este dia Mundial dos Pobres ajuda-nos a refletir sobre o flagelo da pobreza no mundo, o desperdício de bens e a falta de partilha daqueles que têm mais.
Perante o aumento da pobreza no mundo, não podemos ficar indiferentes ou alhear-nos dessa realidade, mas devemos ser solidários e próximos, partilhando o pão para ninguém morrer de fome.
Diz a sabedoria popular: “quem dá aos pobres, empresta a Deus”.
Sejamos todos capazes de colocar esta regra em prática.
† António Luciano dos Santos Costa,
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