Mensagem de Ano Novo 2020
de D. António Luciano
1.
A PAZ COMO CAMINHO DE ESPERANÇA
No
alvor do Novo Ano 2020, “a paz, caminho de esperança face aos obstáculos e
provações”, é-nos proposta pelo Papa Francisco na sua Mensagem para o Dia
Mundial da Paz, que celebramos sob a proteção de Santa Maria, Mãe de Deus
(Theotokos) e de Jesus Cristo, o Príncipe da Paz.
“A paz é um bem precioso, objeto da
nossa esperança: por ela aspira toda a humanidade”. A comunidade humana traz na
memória os sinais das guerras e conflitos... desejo a toda a comunidade cristã
e a todas as pessoas de boa vontade um Ano Novo repleto de um bem maior, onde a
paz, a alegria, o amor, a justiça, a esperança, a confiança, a sustentabilidade
da vida, façam da “paz, caminho de escuta baseado na memória e na
solidariedade”. Por isso, uma economia de partilha e solidariedade sejam a
realização pessoal de cada pessoa humana no desejo de um tempo novo e próspero
cheio de oportunidades. “O mundo não precisa de palavras vazias, mas de
testemunhas convictas, artesãos da paz aberta ao diálogo sem exclusões nem
manipulações”. para os mais vulneráveis e desprotegidos da sociedade.
2.
A PAZ COMO DIÁLOGO E COMPROMISSO COM O PRÓXIMO
A paz é sempre um dom de Deus, “um
bem precioso”, lembra o Papa Francisco, uma dádiva pela qual anseia o coração
de cada ser humano e toda a humanidade, é uma oferta do Messias, “O Príncipe da
Paz” e, é uma convivência sadia entre as pessoas, os povos, as culturas e as
religiões. A isto chamamos a tão desejada civilização do amor. Ao fazer uma
retrospetiva do ano que agora termina dou graças a Deus pelas alegrias e pelas
dores, pelas esperanças e conquistas que cada um alcançou.
Desejo a todos um Novo Ano cheio de
coisas boas e merecidas, novas e renovadas com o compromisso de sermos
verdadeiramente livres e responsáveis, deixando para traz a violência, a
vingança, o ódio, a guerra, o medo, a insegurança, a criminalidade, a falta de
amor e de comunhão, que gera a indiferença e a ausência da paz integral.
Continuemos a viver o desafio, que
nos vêm de sermos batizados, cristãos empenhados na construção de uma Igreja
renovada, e de uma conversão pastoral marcada pela alegria e realização pessoal
do mundo novo que o presépio nos oferece. É neste “Sinal Admirável” que vamos
“à gruta, onde encontramos as figuras de Maria e de José. Maria é uma mãe que
contempla o seu Menino e o mostra a quantos vêm visitá-lo...O coração do Presépio
começa a palpitar, quando lá colocamos, no Natal, a figura de Jesus. Assim se
apresenta Deus, num menino, para fazer-se acolher nos nossos braços” (Papa
Francisco).
3.
O PRÍNCIPE DA PAZ VEIO AO MUNDO PARA TODOS
Que ninguém se sinta de fora ou
excluído, mesmo os mais vulneráveis, mas que o testemunho de todas as pessoas
de boa vontade contribuam para uma vida mais digna, mais solidária, mais justa,
possível para todos, destruindo o estigma da desigualdade e do não compromisso
com o outro. Que os cristãos se empenhem em construir um mundo novo, sem
hostilidade, “um caminho de conversão ecológica”. “Que o Deus da Paz nos
abençoe e venha em nossa ajuda”. Sem Jesus, o Príncipe da Paz, e sem Maria, a
Santa Mãe de Deus e da Igreja, a nossa vida cristã fica mais pobre e falta-nos
o animo para percorrer o caminho novo da fidelidade e da esperança.
4.
CAMINHAR NA ALEGRIA COM OS JOVENS
Caminhar na alegria e na paz com os
jovens é um apelo feito a toda a Igreja, que está em Portugal em caminhada para
a Jornada Mundial da Juventude em Lisboa. A todos os jovens: os que frequentam
as diversas Escolas, os que fazem o caminho no Ensino Superior, os que estão no
mundo do trabalho, os que fazem caminhada na catequese, ou aqueles que
receberam o Sacramento do Crisma ou se preparam para ele, que sejam os
protagonistas da evangelização de outros jovens. Que todos na Igreja como Maria
nos levantemos e nos coloquemos a caminho para servir a Igreja e o mundo e
contribuir de modo positivo para a renovação da sociedade portuguesa.
Que todos demos o nosso contributo
vivendo desde já o lema da disponibilidade e do serviço, do voluntariado e da
solidariedade, para fazermos este caminho juntos. Façamos tudo para que este
ano seja mais justo e mais fraterno, um ano de experiências novas, de partilha
e oportunidade para todos com Jesus, Maria e José.
+ António Luciano, Bispo de Viseu
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