Só
quem nunca peregrinou a Fátima pode ignorar esta experiência de oração
em Igreja. Rezar em Fátima é uma experiência pessoal, mas também
comunitária, é algo de único, é um sentir o transcendente a tocar a
realidade do nosso mundo, aqui e faz-se a experiência da fé a partir de
uma Igreja Universal.
Como gosto de repetir: Quando não posso
estar fisicamente em Fátima, procuro trazer espiritualmente Fátima ao
meu coração. Isto é uma coisa única, uma experiência orante que só cada
um pode viver, louvando como Maria o Senhor. É a descoberta de uma
procura de Deus, de uma presença renovada de Jesus nas nossas vidas como
fizeram os pastorinhos. Como diziam os pastorinhos, estar sempre em
união com Deus e com Nossa Senhora, através da oração e da comunhão com
Deus, eis o maior desafio proposto à vivência da fé cristã. Fátima é um
oásis de oração que nos desafia a viver a nossa identidade cristã num
caminho de santidade.
Fátima, através das interpelações,
que Nossa Senhora fez aos Pastorinhos ao longo das aparições,
pedindo-lhes que rezassem o terço todos os dias, para alcançarem a paz,
para terminar a guerra e serem instrumentos pela oração pela conversão
dos pecadores, faz de Fátima um lugar privilegiado para o mundo inteiro,
um oásis de oração para a Igreja peregrina em missão no mundo.
No Santuário de Fátima, reza-se
todos os dias pelas intenções da Igreja Universal, pelo Papa e pelas
necessidades de todo o mundo, especialmente pelos povos que mais
necessitam da paz. Reza-se na maioria das línguas faladas no universo,
reza-se em latim e pede-se à Mãe Universal, a Senhora do Rosário de
Fátima, que escute as preces dos seus filhos, de modo particular aqueles
que como o Papa Francisco repetiu em Fátima as palavras que todos
queremos pronunciar: “Temos Mãe”!
Quem reza nunca se sente órfão,
porque tem sempre Deus do seu lado como Pai, que o acolhe, acompanha e
ama. Maria é nossa Mãe, porque Jesus na cruz deu-nos a sua própria Mãe,
como nossa também.
Em Maria, a maternidade da Igreja encontra o seu Ícone de fé, de amor, de misericórdia e de compaixão.
Fátima associada à missão de Pedro
e da Igreja, torna-se na expressão do acolhimento, da escuta, da
oração, da celebração dos mistérios da fé e no anúncio da alegria
pascal, a experiência dos “novos céus e da nova terra”, que reclamam no
anúncio profético da Mensagem de Fátima, um apelo à conversão, onde a
luz nos transforma num verdadeiro oásis de graça, espaço privilegiado de
frescura para se pedir a paz, lugar de encontro com o dom recebido, num
ambiente de renovada oração e de uma esperança marcada pelo verdadeiro
sentido Pascal.
É neste contexto que nesta semana,
o meu coração em comunhão com a mensagem de Fátima, reza pelos bons
frutos do “Sínodo dos Bispos sobre a Amazónia”, pelas graças concedidas a
Portugal na celebração dos 175 anos do Apostolado da Oração, cuja
peregrinação Nacional a Fátima se realiza no próximo dia 18 e 19 de
outubro.
O Encerramento em Fátima do Ano
Missionário no próximo Domingo, seja uma grande Porta que se abre à
Igreja em Portugal, para esta ser cada vez mais um sinal de salvação e
de graça que pela força do Espírito Santo quer conduzir cada um de nós,
especialmente os jovens na missão renovada da Igreja. Obrigado Senhor
por este dom. Todos os batizados somos uma Igreja chamada a evangelizar a
Missão que nos é confiada no mundo. A sociedade portuguesa precisa do
nosso testemunho de fé que nos apelos a uma vivência cada vez mais
consciente da Doutrina Social da Igreja faz de Fátima um projeto de
solidariedade que acolhe a pessoa no seu todo e reza pela conversão de
toda a humanidade.
+ António Luciano, Bispo de Viseu
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