D. ILÍDIO: “Precisamos de aprofundar o sentido da Eucaristia”

“Perante o conteúdo destas leituras [desta Solenidade], podemos concluir quão precisamos de aprofundar o sentido da Eucaristia ou quanto temos usado mal a nossa forma de viver a Eucaristia – por não ter consequências; por nos deixar na mesma…”
Esta afirmação de D. Ilídio, na homilia que pronunciou ontem [15 de junho], na Catedral de Viseu, na celebração da Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo, a que presidiu, vem, depois, desenvolvida, em catequese sobre a Eucaristia.
“A Solenidade de hoje é inseparável da 5ª-feira Santa e da Instituição da Eucaristia, enquanto Mistério Pascal”, explicou D. Ilídio, acrescentando que “o que Jesus nos doou na intimidade do Cenáculo, na véspera da Sua paixão e morte, é hoje [ontem] apresentado nas ruas da cidade, como o Dom maior do amor de Deus.”
Relacionando a Eucaristia com os outros sacramentos de iniciação cristã, que se recebem apenas uma vez, D. Ilídio recorda que “a Eucaristia é o alimento que preciso em cada dia para viver, crescer e ser feliz…”
“É a Eucaristia e a participação nela em cada Domingo que me diz que estou vivo e que diz à Igreja que eu continuo vivo e participativo na Comunidade”, acrescentou.
“A participação na Eucaristia é estar em comunhão com Jesus no Seu ato supremo de entrega, na paixão, morte e ressurreição, por mim e pelo mundo que Deus ama e quer salvar, através da entrega do seu Filho Jesus”, recorda D. Ilídio, fazendo ligação à necessidade da reconciliação, se algo na vida do crente afecta a sua intimidade com Jesus e com a Sua Igreja.
Citando o Papa Francisco, D. Ilídio apresenta a Eucaristia como “o apogeu da obra de salvação de Deus: com efeito, fazendo-se pão partido para nós, o Senhor Jesus derrama sobre nós toda a Sua misericórdia e todo o Seu amor, a ponto de renovar o nosso coração, a nossa existência e o nosso próprio modo de nos relacionarmos com Ele e com os irmãos”.
E D. Ilídio terminou a sua homilia, repetindo um pedido do Papa: “Vivamos a Eucaristia com espírito de fé, de oração, de perdão, de penitência, de júbilo comunitário, de solicitude pelos necessitados e pelas carências de numerosos irmãos e irmãs, na certeza de que o Senhor cumprirá aquilo que nos prometeu: a vida eterna”.

 

 

Homilia de D. ILÍDIO  na celebração da SOLENIDADE do SANTÍSSIMO CORPO E SANGUE DE CRISTO

Solenidade   do   Corpo   de   Deus – oportunidade   para  revermos,   na   cabeça,   no   coração   e   na   vida, o   sentido   da Eucaristia, transmitido nos três grandes momentos na História da Salvação: Êxodo  e  experiência  de  libertação;  5ª feira  Santa  e  a Salvação  prometida  no  Sacramento  da Eucaristia;  Páscoa  e  a garantia da morte e da ressurreição de Jesus em Páscoa eterna... Na  1ª  leitura,  Moisés  pede  para  não  nos  esquecermos  do  que  o Senhor fez por nós, englobando, agora, os 3 momentos...
No Evangelho,  é a  oferta  da  Eucaristia  comas principais consequências que Ela nos assegura: Ressurreição e Vida Eterna.
Na  2ª leitura,  são  os  efeitos  da  Eucaristia  em  quem  nela participa com Fé: transformação do nosso viver, gerando família, comunidade, amor recíproco. Perante o conteúdo destas leituras, podemos concluir quão precisamos  de  aprofundar  o  sentido  da  Eucaristia  ou  quanto temos  usado  mal  a  nossa  forma  de  viver  a  Eucaristia –por  não ter consequências; por nos deixar na mesma...
A  Solenidade de  hoje é  inseparável  da  5ª-feira  Santa  e  da Instituição  da  Eucaristia, enquanto Mistério  Pascal.  O  que  Jesus nos doou na intimidade do Cenáculo, na véspera da Sua paixão e morte,  é  hoje  apresentado  nas  ruas  da cidade,  como  o  Dom maior  do  amor  de  Deus.  Era este o Grande Sonho  que  Deus queria entregar à humanidade e que está já sonhado no Livro do Êxodo, como a grande prenda de Deus aos Seus filhos e amigos.
A  Eucaristia  insere-se  nos  Sacramentos  da  Iniciação  Cristã, juntamente  com  o  Batismo –que  nos  faz  nascer  no Povo  de Deus, a Igreja –e como Crisma, que nos dá a percepção da vida e dos meios que  temos para viver e agir como membros vivos e ativos do Povo de Deus. Enquanto o Batismo se recebe uma vez porque o nascimento inicia um Acontecimento permanente para toda a vida e os dons e direitos que recebo com o Crisma não me são  tirados,  a  Eucaristia  é  o  alimento  que  preciso  em  cada  dia para viver, crescer e ser feliz...É a Eucaristia e a participação nela em  cada  Domingo  que  me  diz  que  estou  vivo  e  que  diz  à  Igreja que  eu  continuo  vivo  e participativo  na  Comunidade. Se  me afasto da Eucaristia corto com a vida que circula de Deus para a  Igreja e que me faz ativo e participativo na Comunidade.
Por vezes, afasto-me da Eucaristia por qualquer razão... Por desinteresse  ou  por preguiça... É tão importante viver e estar ligado à vida que o Papa Francisco leva até ao extremo o tirar as razões para eu me sentir dispensado... Mesmo que, noutros tempos,  se  pusesse  a  proibição  de  receber  Jesus  na  Comunhão, Ele é tão essencial à existência cristã e feliz de cada pessoa que o Papa  Francisco  convida  a  que  quem  se  sentir  fora  da  comunhão vá   falar   com um Sacerdote   e   ver   se pode   ultrapassar a dificuldade.
Participar na Eucaristia não é um ato de devoção particular que os mais fervorosos têm e no qual eu participo quando estou com  devoção  ou bem- disposto... A participação na Eucaristia é estar  em  comunhão  com  Jesus  no  Seu  ato  supremo  de  entrega, na  paixão,  morte  e  ressurreição,  por  mim  e  pelo  mundo  que Deus  ama  e  quer  salvar,  através  da  entrega  do  seu  Filho  Jesus.
Como diz o Papa Francisco: “A Eucaristia constitui o apogeu da obra  de  salvação  de  Deus:  com  efeito,  fazendo-se  pão  partido para   nós,   o   Senhor   Jesus   derrama   sobre   nós   toda   a   Sua misericórdia  e  todo  o  Seu  amor,  a  ponto  de  renovar  o  nosso
coração,  a  nossa  existência  e  o  nosso  próprio  modo  de  nos relacionarmos  com  Ele  e  com  os  irmãos”. Depois, o Papa pede que  se  ajudem  as  crianças,  logo  desde  a  Primeira  Comunhão,  a
compreenderem este Mistério de infinito amor de Deus.
O   Papa   Francisco   dá-nos uma   proposta   de   exame   de consciência  para  avaliarmos  como  participamos  e  vivemos a Eucaristia: o modo de ver e considerar os outros –sempre como irmãos?  Ajuda-me  a  alegrar  ou  a  sofrer  em  comunhão  com  os outros?  Leva-me  a  ir  ao  encontro  de  quem  sofre  ou  precisa? Reconheço neles o rosto de Jesus? Indo à Eucaristia, amo e ajudo os  mais  necessitados,  de  forma  concreta  e  real?  O  Papa  faz-nos um pedido: “Vivamos a Eucaristia com espírito de fé, de oração, de  perdão,  de  penitência,  de  júbilo  comunitário,  de  solicitude pelos  necessitados  e  pelas  carências  de  numerosos  irmãos  e irmãs,  na  certeza  de  que  o Senhor  cumprirá  aquilo  que  nos prometeu: a vida eterna”. AMEN!

Homilia de D. Ilídio  na Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo - 15/06/2017

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