DIOCESE: D. Ilídio no Domingo de Páscoa- “90% de batizados e cerca de 20% de cristãos, praticantes… Onde estão os outros 70%?”

Lembrando a proposta do Plano Pastoral: “ser discípulo responsável ou ser discípulo missionário”, D. Ilídio recordava, na homilia deste Domingo de Páscoa, que  “a Boa Nova a viver e anunciar e que nunca está ultrapassada é a Ressurreição”.
“O sepulcro está vazio porque Jesus está vivo e destruiu a morte para sempre”, como anunciou Pedro aos judeus e nos ensina hoje: “Aquele Jesus que vós matastes, está vivo, ressuscitou e nós somos testemunhas deste facto”.
Concretizando, D. Ilídio propõe que esta a Boa Nova seja  anunciada “na Família, onde faz falta amor, fidelidade, acolhimento generoso da vida”, (…) “na Escola, onde falta formação integral, educação para os valores, civismo e respeito”, (…) “na Vida Pública, onde se impõe um laicismo intolerante e ideológico, a pôr em risco a vida, a liberdade, a dignidade da pessoa” (…) “na Sociedade, onde vale tudo, levando a que o medo condicione todas as opções…”
E concluiu que “a Ressurreição já iniciou no Batismo e deve ver-se e estar nos gestos, nas atitudes, nos comportamentos, nas palavras, no sentido que damos ao corpo e às relações com os outros”.

Domingo de Páscoa 2017 - Homilia de D. Ilídio

     Esta  celebração  mostra e  canta a  alegria  dos  cristãos –os discípulos e amigos de Jesus que não cabem em si de contentes.
     Por ordem temporal dos factos, começamos pelo Evangelho: Maria  Madalena nem  dorme a pensar  no  Senhor  Jesus  e de manhãzinha,  vai  ao  sepulcro e  encontra  a  surpresa  do  túmulo  vazio;  Simão  Pedro  e  o  Outro  discípulo  (João),  logo  que  sabem esta notícia, correm ao sepulcro e fazem um profundo acto de Fé, lamentando a dificuldade e a dúvida; na 1ª leitura é Pedro, que faz uma  profunda confissão  de  Fé  no  essencial do  cristianismo  que vai ser repetido à saciedade e que nós precisamos de aprender de cor –é o resumo do catecismo da Igreja...
     Finalmente Paulo,  já com algum amadurecimento e passado algum  tempo,faz  uma  reflexão ética,  isto  é,  uma  catequese exortativa, sobre   as   consequências   da   Ressurreição   de   Jesus Cristo.  São 4 afirmações  muito  importantes,  nesta  reflexão  tão pequena mas tão densa de sentido:
     1-Faz um forte a pelo à Fé na Ressurreição de Jesus como a nossa própria  Ressurreição,  uma  vez  que,  em  Cristo  e  pelo  Batismo,  todos  nós  vivemos  já  uma  vida  nova; 2-Convida a  aspirar  e a desejar  viver  com  Cristo; 3-Diz que  ser  cristão  é,  não  só  viver com Cristo mas é viver como Cristo. 4-Aponta asconsequênciasda vida noamor, como batizado/ressuscitado.
     A  Ressurreição  de  Jesus  é  tão  importante  e  decisiva  para  a vida que tem que haver um ‘antes’ e um ‘depois’.Não um‘antes’ do  Batismo,  pois fomos  batizados  quando  crianças;  mas  um
‘antes’  e  um  ‘depois’ de  tomarmos  consciência  da identidade, vocação e missão cristãs. O Papa pedia uma mudança na iniciação cristã e devemos fazê-la na diocese, pois não se compreende que sejamoscerca  de  90%  de  batizados  e  cerca  de  20%  de  cristãos, praticantes... Ondeestão os outros 70%? Precisamos de Famílias novas e de Comunidades cristãs novas: na alegria, no testemunho, no viver os valores que nos vêm da Páscoa...
     Daqui  o Plano  Pastoral:  ser  discípulo  responsável  ou ser discípulo missionário. A Boa Nova a
viver e anunciar e que nunca está  ultrapassada é  a  Ressurreição,  é  Jesus Cristo  Pascal, o  fruto da  pesquisa  de  Madalena,  Pedro  e João.  O sepulcro  está  vazio porque  Jesus  está  vivo  e  destruiu  a  morte  para  sempre.  A  Boa Nova é o kerigma que Pedro ensina hoje: “Aquele Jesus que vós matastes,  está  vivo,  ressuscitou  e  nós  somos  testemunhas  deste facto”.  Testemunhas afeiçoadas às  coisas  do  alto,  seguindo  Jesus e anunciando-O com alegria.
     Anunciando-O na Família, onde faz falta amor, fidelidade, acolhimento generoso da vida, condições de comunhão e abertura aos  outros  e que,  politicamente, parece só  merecer ajuda para destruir  a  vida  nascente  e  para  facilitar divórcios  mais  rápidos... Anunciando-o na Escola, onde
falta formação integral, educação para  os  valores,  civismo  e  respeito  e  onde,  politicamente, parece que  só  interessam números  e  percentagens,  não  contando  saber nem conteúdos... Anunciando-o   na   Vida   Pública,onde   se impõeum laicismo intolerante e ideológico,a pôr em risco a vida, a liberdade, a dignidade da pessoa na escolha do seu caminho de formação  e  de  cultura. Anunciando-o  na  Sociedade,  onde  vale tudo, levando a que o medo condicione todas as opções...
     A Páscoa, meus amigos, é a oportunidade de viver e agarrar a  esperança.  Esperança, não  numa  ideologia  ou  em  promessas vãs, mas numa Pessoa –Jesus Cristo –que tem nas mãos o poder da  morte  e  da  vida.  Há,  não  só  lugar  à  Esperança  mas  ao optimismo –fonte  de empenhamento,  alegria,  amor,  vida  nova  e coerente, como diz Paulo. A Ressurreição já iniciou no Batismo e deve ver-se e estar nos gestos, nas atitudes, nos comportamentos, nas palavras, no sentido que damos ao corpo e às relações com os outros. A Ressurreião faz-nos livres,anunciadores e construtores da liberdade que nos faz irmãos. Faz-nos discípulos missionários. Temos, nas mãos e ao nosso alcance, o segredo para a vida nova.   Tornemo-nos   mensageiros   da   Esperança   porque   Jesus Cristo é a Boa Nova que transforma o Mundo.
Para vós e todos os vossos, Santa e Feliz Páscoa! Aleluia!

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