À
semelhança de Jesus, o Messias e Enviado do Pai, cada sacerdote deve
assumir como sua a missão do “servo ungido e enviado para realizar a
salvação”, aceitando o seu pleno cumprimento, recordou D. Ilídio na
celebração desta manhã de Quinta-feira Santa.
“Porque não se atingiu o pleno mas há uma
distância entre o “já” e o “ainda não” salvífico, é a nós sacerdotes,
ungidos e enviados, hoje e neste tempo, a quem cabe continuar a realizar
esta missão salvadora de Jesus”, recordou D. Ilídio.
E insistiu - “Estamos aqui – os membros do Presbitério desta Igreja em
Sínodo e em Jubileu e a celebrar o Ano Santo da Misericórdia – a renovar
a nossa consagração e a oferecer-nos, na alegria do nosso primeiro SIM.
Queremos renovar este SIM, em comunhão com os 2 irmãos que, neste ano,
celebram 25 anos de sacerdócio: Pe. António Pereira Felisberto e Pe.
Manuel José de Matos Clemente, a quem estamos unidos e saudamos e por
quem rezamos fraternalmente”.
D. Ilídio lembrou também “todos os nossos irmãos sacerdotes que sofrem,
por doença ou por qualquer acontecimento que os marcou nestes dias”,
como acontece com o Cón. Jorge Seixas, a quem ontem faleceu o seu irmão e
“por quem, hoje, às 14,30, rezaremos, em Lordosa, no dia da sua
sepultura”.
“Os Sacramentos do Batismo e do Crisma e a Unção dos doentes são
Sacramentos pelos quais o Espírito Santo, através do nosso ministério,
unge os cristãos, tornando-os capazes de integração na plenitude de
Cristo e na Igreja. E os outros Sacramentos que consagram os novos
esposos e perdoam todos aqueles que, por fraqueza, falham nos
compromissos assumidos, também procedem daqui, da Páscoa do Senhor”,
recordou D. Ilídio.
Lembrando a importância do descanso retemperador, D. Ilídio lembrou aos
sacerdotes que “todas estas tarefas causam fadiga e, citando o Papa
Francisco: «O cansaço dos sacerdotes! Sabeis quantas vezes penso nisto,
no cansaço de todos vós? Penso muito e rezo com frequência,
especialmente quando sou eu que estou cansado.
Rezo por vós que
trabalhais no meio do povo fiel de Deus, que vos foi confiado... E o
nosso cansaço, queridos sacerdotes, é como o incenso que sobe
silenciosamente ao Céu. O nosso cansaço eleva-se diretamente ao coração
do Pai».
E convidou, “cada um e incluo-me também, a receber o sábio e
experimentado conselho do Papa para o descanso: «Tenhamos bem em mente
que uma chave da fecundidade sacerdotal reside na forma como repousamos e
como sentimos que o Senhor cuida do nosso cansaço”.
Aconselhando a “organizar e hierarquizar os compromissos, de acordo com
a liturgia de hoje: levar a Boa Nova aos pobres, anunciar a libertação e
a cura, dar a liberdade aos oprimidos e proclamar o ano de graça do
Senhor; cuidar daqueles que têm o coração despedaçado e consolar os
aflitos… preparando-os “para viverem como cristãs empenhadas na
comunidade e no mundo; acolher e ouvir a todos, atenta e paternalmente,
nos temas e problemas que trazem; acompanhar quem se prepara para o
casamento ou quem tem problemas na família; ouvir os jovens e ajudá-los a
encontrar um sentido feliz para a vida; visitar os doentes e acolher os
pobres e dar-lhes alento e coragem nas dificuldades; ir ao encontro dos
que andam nas periferias da Igreja, da família e da vida; preparar bem o
Domingo e a sua celebração festiva; fazer-se encontrar pelos que nos
procuram para falar, para se reconciliarem ou pedirem ajuda em momentos
difíceis; estarmos com as famílias que sofrem a perda de uma pessoa
querida…” – um programa de acção que o Bispo propôs aos seus sacerdotes,
para cumprir “na entrega e na proximidade ao povo fiel de Deus, o que,
certamente, nos cansa mas, também, nos alivia e realiza… Este, como diz
Francisco, é o cansaço bom…”
Diante da cena do lava-pés, D. Ilídio acentuou que “o cansaço do
seguimento de Jesus «é lavado pelo próprio Senhor para que nos sintamos
no direito de ser e viver «alegres», «satisfeitos», «sem medo nem culpa»
e, assim, tenhamos a coragem de sair e ir, «a todas as periferias até
aos confins do mundo», levar esta Boa Nova aos mais abandonados, sabendo
que «Ele estará sempre connosco até ao fim dos tempos». E terminou
incentivando a que “saibamos aprender a estar cansados, mas com um
cansaço bom!»
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