A exposição temporária promovida pela Diocese de Viseu para assinalar o Ano Jubilar, constitui um repositório de 170 peças, provenientes de 102 paróquias da Diocese de Viseu.
Foram escolhidas não só pelo seu interesse histórico e artístico, mas essencialmente pelo conteúdo e significado que incorporam cada uma individualmente e no âmbito do conjunto em que são inseridas, participando de uma relação significante e geradora de um discurso identitário da Igreja.
Apresentam-se obras de materiais e tipologias diferenciadas (escultura, pintura, ourivesaria, paramentaria, talha, etc), do século XIV ao XXI, umas de maior qualidade artística e outras reveladoras de execuções mais ingénuas e populares, mas todas manifestações da verdade e da beleza da Igreja, do crer e viver a fé das comunidades.
Este património participa da dinâmica de relações, de sentimentos e de pensamentos que se estabelecem entre Deus e os homens. Deus revela-se através da beleza da arte, da função e do significado assumido por cada objeto utilizado na Igreja, a arte constitui uma manifestação do amor, da caridade, da proposta de salvação de Deus para a humanidade.
Em simultâneo, a arte aproxima os homens de Deus, é caminho; através dela os homens compreendem e vivem a Palavra de Deus. Ela faz parte da espiritualidade vivida das comunidades da Igreja de Viseu.
Ao longo de quatro semanas apresentamos cada um dos espaços da exposição.
A EXPOSIÇÃO NA CATEDRAL DE SANTA MARIA DE VISEU
A Igreja-Mãe de todas as igrejas da diocese, que este ano assinala os 500 anos da sua dedicação, constitui um repositório de vários estilos artísticos, testemunhos de uma Igreja viva que ao longo dos séculos capitalizou a arte para celebrar e anunciar Cristo. Para além da visita à Sé, é colocada em relevo a Capela Batismal, local onde se celebra o fundamento da vida cristã. Reconhecido o interesse arquitetónico deste espaço de sintaxe gótica, mandado edificar em 1460 pelo bispo D. João Vicente para ser a sua capela funerária, cuja arca tumular foi transposta para o claustro, integra a pia batismal, obra do último quartel do séc. XVII, executada em brecha da arrábida. Nas paredes encontram-se três composições pictóricas: São Sebastião, Maria e São João e o Enterro de Cristo.
Temporariamente expõe-se a imagem de Santa Maria, popularmente conhecida por Senhora do Altar-mor, do Pedrogal ou da Silveira, uma escultura de pedra (calcário), do séc. XV, de oficina coimbrã, apresentada como itinerário de vida e de salvação, mediadora entre Deus e os homens, que com o seu amor acolhedor ilumina os caminhos e une o visível ao invisível.
Em paralelo apresenta-se uma escultura de São José com o Menino, obra do século XVII, também pertencente à Catedral. A beleza do Menino a dormir no aconchego dos braços do pai, reforça o sentido de família que se pretende colocar em destaque neste espaço.
Nas paredes encontram-se várias obras recentemente realizadas por oito artistas. Configuram a interpretação e a criatividade dos artistas contemporâneos, inspirados em espaços e pormenores da Catedral.
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