Francisco iniciou ontem visita à Terra Santa

Viagem de cunho ecuménico com passagens por Amã, Telavive, Belém e Jerusalém durante três dias carregados de simbolismo.

O Papa Francisco iniciou ontem a sua primeira visita à Terra Santa, viagem de cunho ecuménico que vai passar até segunda-feira por Amã, Belém, Telavive e Jerusalém.
O voo papal partiu de Roma às 08h15 (menos uma em Lisboa) e chegou à Jordânia por volta das 12H55 locais (menos duas em Lisboa).
O Papa enviou um telegrama ao presidente da Itália, Giorgio Napolitano, no qual manifesta a intenção de "rezar pela justiça e a paz e encorajar o diálogo ecuménico e inter-religioso".

A agenda prevê 14 intervenções, entre homilias e discursos, e a assinatura de uma declaração conjunta com o patriarca ecuménico (Igreja Ortodoxa) de Constantinopla, Bartolomeu, assinalando os 50 anos do encontro entre o Papa Paulo VI e o patriarca Atenágoras, em Jerusalém.
Francisco leva na sua comitiva rabino Abraham Skorka, de Buenos Aires, e um professor muçulmano, Omar Ahmed Abboud, secretário-geral do Instituto de Diálogo Inter-religioso da República da Argentina.
Na Terra Santa, o Papa vai visitar, entre outros, o Santo Sepulcro, o memorial do Holocausto ‘Yad Vashem’, o Muro das Lamentações e a Esplanada das Mesquitas.
Na Jordânia, em Amã, primeira etapa da viagem apostólica, o Papa vai reunir-se com o rei Abdullah e Rania.
Francisco vai presidir a uma missa no estádio internacional de Amã e visitar, em seguida, o local do Batismo de Jesus, junto ao Rio Jordão, onde se encontrará com refugiados da Síria e jovens deficientes.

O sábado começa com uma viagem de helicóptero até Belém, para uma visita ao presidente do Estado da Palestina, Abu Mazen, seguida da Missa na Praça da Manjedoura.
Francisco vai almoçar com famílias da Palestina no convento franciscano de Casa Nova e fará uma visita privada à gruta da natividade.
Ainda em Belém, o Papa vai saudar as crianças dos campos de refugiados de Dheisheh, Aida e Beit Jibrin, antes de partir para Telavive, em Israel, onde vai discursar, seguindo-se depois o programa na cidade de Jerusalém.
Às 18h15 (menos duas em Lisboa), Francisco vai encontrar-se em privado com o patriarca de Constantinopla para assinar uma declaração conjunta, antes do encontro ecuménico na Basílica do Santo Sepulcro.
O último dia da visita, domingo, inicia-se visitas ao grande mufti de Jerusalém, na Esplanada das Mesquitas, ao Muro das Lamentações e a deposição de flores no Monte Herzl, o cemitério nacional de Israel.
Francisco vai discursar depois no mausoléu do Yad Vashem de Jerusalém, em memória das vítimas do Holocausto, visitando em seguida os dois grãos-rabinos de Israel, no centro Heichal Shlomo.
O Papa vai encontrar-se com o presidente da Israel, Shimon Peres, no palácio presidencial, e reunir-se com o primeiro-ministro Benyamin Netanyahu no centro Notre Dame.
A parte final da agenda vai decorrer no Monte das Oliveiras e inclui uma nova visita ao patriarca Bartolomeu, um encontro com o clero e religiosos católicos e a última missa, com os bispos da Terra Santa, na sala do Cenáculo, em Jerusalém.
Esta será a segunda viagem fora da Itália de Francisco, após a visita ao Brasil em julho de 2013, e a quarta visita de um Papa moderno à Terra Santa, após Paulo VI (1964), João Paulo II (2000) e Bento XVI (2009).
A peregrinação evoca oficialmente o encontro entre o Papa Paulo VI e o patriarca ecuménico Atenágoras, de Constantinopla (Igreja Ortodoxa), que teve lugar a 5 e 6 de janeiro de 1964 no Monte das Oliveiras em Jerusalém.
Este foi o primeiro encontro em mais de 500 anos entre os máximos representantes da Igreja Católica e da Igreja Ortodoxa, divididas há mais de nove séculos.

 

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