D. Ilídio destaca «trabalho meritório» na preparação para a JMJ no Rio de Janeiro

D. Ilídio Leandro, membro da Comissão Episcopal do Laicado e Família, diz que «hoje é mais difícil» motivar os jovens. D. Ilídio Leandro, bispo de Viseu e membro da Comissão Episcopal do Laicado e Família, considera que as Jornadas Mundiais da Juventude no Rio de Janeiro têm tudo para ser um acontecimento católico marcante para os jovens portugueses.
Em entrevista concedida à Agência ECCLESIA, o prelado destaca o “trabalho meritório” que tem sido realizado pelo Departamento Nacional da Pastoral Juvenil, os responsáveis diocesanos e todos os movimentos, não só na preparação dos cerca de 600 jovens que seguem viagem para o Brasil mas também no acompanhamento daqueles que vão ficar em Portugal.
A “distância” entre os dois países e sobretudo o “momento atual” de crise económica impediram muitos jovens de participar – o bispo de Viseu usa como termo de comparação as jornadas de 2011 em Madrid, onde “estiveram cerca de 13 mil” peregrinos lusos.
No entanto, graças ao trabalho dos agentes pastorais nas dioceses, aqueles que ficam por cá vão ter a possibilidade de viverem as JMJ “sintonizados e em ligação” com o Rio de Janeiro.
D. Ilídio Leandro dá como exemplo a iniciativa ‘Mergulha in Rio’, que vai ter lugar no Fontelo (Viseu) entre 26 e 28 de julho, preparada pela diocese em conjunto com a Juventude Doroteia.
O ‘Rio in Douro’ (Porto), ‘Do Cristo Rei ao Cristo Redentor’ (Setúbal) e ‘Made in Rio’ (Funchal), que decorrerão na mesma altura, são outros eventos previstos para ajudar os jovens que ficaram a comungar do espírito das jornadas.
Habituado a viver aqueles momentos de festa – a primeira jornada em que esteve foi a de Paris, em 1997 – o prelado acredita que se trata sobretudo de encontros marcantes para os jovens, apesar das mudanças que os anos foram trazendo.
Para D. Ilídio Leandro, há 16 anos era mais fácil “entusiasmar” os jovens, que na maior parte das dioceses estavam incluídos num “ambiente de transmissão da fé que também envolvia a família”.
“Hoje é mais difícil, até com tantas alternativas existentes”, lamenta, sublinhando no entanto que “as dificuldades são também uma oportunidade”.
O facto da maior parte dos jovens hoje comunicarem através das redes sociais levou a Igreja a dedicar especial atenção àqueles meios e, com isso, a atualizar-se.
Por outro lado, acrescenta o responsável, a necessidade de chegar a grupos de jovens “mais dispersos”, em contraponto com o que acontecia no passado, fez com que os agentes pastorais e os animadores apostassem mais no “testemunho e acompanhamento pessoal”, em muitos casos com um resultado “notável”.
A 28ª Jornada Mundial da Juventude vai decorrer entre 23 e 28 de julho na cidade brasileira do Rio de Janeiro e tem como lema ‘Ide e fazei discípulos de todos os povos’, expressão baseada no evangelho segundo São Mateus.
Esta será a segunda vez que uma cidade sul-americana acolhe a edição internacional da JMJ, depois de Buenos Aires (Argentina), em 1987, na primeira ocasião em que a iniciativa criada por João Paulo II (1920-2005) saiu de Roma.
O Papa Francisco vai participar nos atos conclusivos deste encontro internacional de jovens promovido pela Igreja Católica, naquela que será a sua primeira viagem ao estrangeiro desde o início do pontificado.

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