Solenidade do Corpo de Deus realça importância da partilha, da distribuição equitativa e do zelo pela justiça social.
Na homilia que
pronunciou na solenidade do Corpo de Deus, na Sé de Viseu, D. Ilídio
Leandro lembrou que “no início, e como recordação mais importante,
recebida do Senhor, começou a celebrar-se a Eucaristia, como descreve S.
Paulo, na 2ª leitura da celebração: “comiam o Corpo e bebiam o Sangue
do Senhor, nas figuras materiais do pão e do vinho utilizadas como
sacramento da verdadeira realidade, anunciando, assim, a Sua morte e
proclamando a Sua Ressurreição, alimentando a esperança da Sua vinda”.
Os primeiros cristãos não
podiam passar sem o Domingo, fosse qual fosse o peso das consequências,
chegando a pagar com a morte a ousadia do encontro dominical, que é
“vivência da Fé na presença real de Nosso Senhor Jesus Cristo, enquanto
Alimento de vida para todos”.
Em coerência com a celebração do domingo, o cristão “não pode ter a tentação de, como os discípulos, pensar que o que tem “já tem dono” lamentando é ter tão pouco: «Não temos senão cinco pães e dois peixes», diziam os discípulos, agarrados ao saco e talvez a escondê-lo… E quando nos fixamos nos direitos de quem possui, justificamos que tem direito a fazer o que quer desses bens e, inclusive, a vendê-los, fazendo com que eles produzam mais e mais e beneficiem mais e mais os seus possuidores. Ou, até, para fazer render mais, temos visto destruir-se ou armazenar-se a abundância para se pagar bem a sua falta, mantendo ou subindo os preços… Não se veriam outros valores interligados ao uso dos bens, como a partilha, a distribuição equitativa e o zelo pela justiça social…” D. Ilídio realçou que “o Evangelho lembra que devemos colocar-nos do lado dos pobres e do lado de quem não tem”, porque “os bens são sempre ocasião e oportunidade de dádiva, de partilha, de satisfação das necessidades de todos, distribuindo-se por quem não tem a partir de quem tem mais ou tem alguma coisa,” concluiu.
Apontando para a realização prática da proposta evangélica, o Bispo perguntava: -“Saímos a porta da Igreja e, durante a semana, que consequências e que visibilidade tem a Fé?”
A falta de praticar a Fé, concluía D. Ilídio, faz com que “o mundo esteja assim, com a injusta, vergonhosa e escandalosa desigualdade entre ricos e pobres. As consequências da Fé não se vêem na vida dos cristãos praticantes e, assim, a nossa vida não toca as pessoas e não transforma a sociedade…”
“As pessoas que têm fome devem comer a partir da abundância dos bens que sobram noutras carteiras, noutras famílias, noutras bolsas… O autêntico jogo da bolsa deveria ser este: a possibilidade de os que têm menos ou nada têm utilizarem o que sobra a quem tem em abundância…”, realçou D. Ilídio, acrescentando que “quando comemos a saber que pão e alimento são de Deus e são para todos, os bens chegam e sobram. Porque o pão é repartido, é comido com respeito e moderação, é visto como um dom que constrói a comunhão e não como uma fonte e instrumento de domínio, de poder ou de diferença… A política da banca, da empresa, do emprego, do governo, dos mercados teriam muito a aprender e a ganhar com esta lógica de governo de Jesus! Todos e a própria criação e ecologia beneficiariam com estas orientações”.
Em coerência com a celebração do domingo, o cristão “não pode ter a tentação de, como os discípulos, pensar que o que tem “já tem dono” lamentando é ter tão pouco: «Não temos senão cinco pães e dois peixes», diziam os discípulos, agarrados ao saco e talvez a escondê-lo… E quando nos fixamos nos direitos de quem possui, justificamos que tem direito a fazer o que quer desses bens e, inclusive, a vendê-los, fazendo com que eles produzam mais e mais e beneficiem mais e mais os seus possuidores. Ou, até, para fazer render mais, temos visto destruir-se ou armazenar-se a abundância para se pagar bem a sua falta, mantendo ou subindo os preços… Não se veriam outros valores interligados ao uso dos bens, como a partilha, a distribuição equitativa e o zelo pela justiça social…” D. Ilídio realçou que “o Evangelho lembra que devemos colocar-nos do lado dos pobres e do lado de quem não tem”, porque “os bens são sempre ocasião e oportunidade de dádiva, de partilha, de satisfação das necessidades de todos, distribuindo-se por quem não tem a partir de quem tem mais ou tem alguma coisa,” concluiu.
Apontando para a realização prática da proposta evangélica, o Bispo perguntava: -“Saímos a porta da Igreja e, durante a semana, que consequências e que visibilidade tem a Fé?”
A falta de praticar a Fé, concluía D. Ilídio, faz com que “o mundo esteja assim, com a injusta, vergonhosa e escandalosa desigualdade entre ricos e pobres. As consequências da Fé não se vêem na vida dos cristãos praticantes e, assim, a nossa vida não toca as pessoas e não transforma a sociedade…”
“As pessoas que têm fome devem comer a partir da abundância dos bens que sobram noutras carteiras, noutras famílias, noutras bolsas… O autêntico jogo da bolsa deveria ser este: a possibilidade de os que têm menos ou nada têm utilizarem o que sobra a quem tem em abundância…”, realçou D. Ilídio, acrescentando que “quando comemos a saber que pão e alimento são de Deus e são para todos, os bens chegam e sobram. Porque o pão é repartido, é comido com respeito e moderação, é visto como um dom que constrói a comunhão e não como uma fonte e instrumento de domínio, de poder ou de diferença… A política da banca, da empresa, do emprego, do governo, dos mercados teriam muito a aprender e a ganhar com esta lógica de governo de Jesus! Todos e a própria criação e ecologia beneficiariam com estas orientações”.
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