O Papa Francisco
assinalou hoje no Vaticano a celebração do 1.º de Maio, alertando para o
“trabalho escravo” no mundo e pedindo um novo “ímpeto” dos responsáveis
políticos para a criação de emprego.
“Uma situação particular de trabalho que me preocupa (...) é aquilo
que poderíamos definir como ‘trabalho escravo’, o trabalho que
escraviza”, disse o Papa na audiência pública semanal, que esta
quarta-feira coincide com o dia em que a Igreja evoca os trabalhadores
sob a intercessão de São José, operário.
Segundo Francisco, há muitas pessoas “em todo o mundo” que são
vítimas deste tipo de “escravidão”, na qual “é a pessoa que serve o
trabalho” e não o contrário.
“Deve ser o trabalho a oferecer o trabalho a oferecer um serviço às
pessoas para que tenham dignidade”, defendeu, numa passagem sublinhada
pelos presentes com uma salva de palmas.
O Papa pediu aos cristãos e a todos os “homens e mulheres de boa
vontade” que sejam determinados na luta “contra o tráfico de pessoas, no
seio da qual figura o ‘trabalho escravo’”.
A catequese semanal aludiu também às dificuldades que se vivem no
mundo do trabalho e nas empresas, particularmente no caso dos jovens
desempregados, com críticas a “uma conceção economicista da sociedade,
que procura o lucro egoísta, fora dos parâmetros da justiça social”.
“Desejo dirigir a todos um convite à solidariedade e aos responsáveis
da coisa pública um encorajamento a fazer todos os esforços possíveis
para dar um novo ímpeto à criação de emprego: isso significa
preocupar-se com a dignidade da pessoa, mas sobretudo não perder a
esperança”, declarou.
A festa litúrgica de São José operário foi instituída pelo Papa Pio
XII em 1955 como forma de associar os católicos à celebração mundial do
Dia do Trabalhador.
“O trabalho é um elemento fundamental para a dignidade de uma pessoa”, disse Francisco.
O atual Papa pediu aos jovens presentes na Praça de São Pedro, entre
dezenas de milhares de pessoas, que se comprometam no seu “dever
quotidiano, no estudo, no trabalho, nas relações de amizade, na ajuda
aos outros”.
Francisco recordou ainda que o mês de maio é particularmente dedicado
na Igreja Católica à Virgem Maria e destacou a “importância e a beleza
da oração do santo rosário”.
“A oração feita em conjunto é um momento precioso para tornar ainda mais firme a vida familiar, a amizade”, realçou.
A audiência recordou ainda o segundo aniversário da beatificação de João Paulo II (1920-2005).
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