D. José Policarpo fala de eventual visita do Papa, que enviou bênção aos peregrinos do 13 de maio.
O cardeal-patriarca
de Lisboa, D. José Policarpo, consagrou hoje em Fátima o pontificado do
Papa à Virgem Maria, respondendo a um pedido do mesmo, e disse que
Francisco vai enfrentar “provações” no seu ministério.
“Dai-lhe o dom do discernimento para saber identificar os caminhos da
renovação da Igreja; dai-lhe coragem para não hesitar em seguir os
caminhos sugeridos pelo Espírito Santo; amparai-o nas horas duras de
sofrimento, a vencer, na caridade, as provações que a renovação da
Igreja lhe trará”, referia a oração dirigida pelo presidente da
Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) à Senhora de Fátima, no final da
peregrinação internacional aniversária de maio.
D. José Policarpo, um dos cardeais que participou na eleição do
sucessor de Francisco, recordou que três dos últimos Papas (Paulo VI,
João Paulo II e Bento XVI) visitaram a Cova da Iria.
“Só vós, Senhora, no vosso amor maternal a toda a Igreja, podeis pôr
no coração do Papa Francisco o desejo de ser peregrino deste Santuário.
Não é algo que se lhe possa pedir por outras razões”, frisou.
O patriarca de Lisboa realçou que “só a cumplicidade silenciosa”
entre a Virgem Maria e o Papa pode fazer que estes se sinta “atraído por
esta peregrinação na certeza de que será acompanhado por milhões de
crentes”.
“Aqui, neste altar do mundo, ele poderá abençoar a humanidade, fazer
sentir ao mundo de hoje que Deus ama todos os homens e mulheres do nosso
tempo, que a Igreja os ama e que vós, Mãe do Redentor, os conduzis com
ternura aos caminhos da salvação”, acrescentou.
O presidente da CEP destacou que os caminhos de renovação da Igreja
levam a “redescobrir a atualidade” da mensagem de Fátima, “a exigência
da conversão a Deus que tem sido tão ofendido, porque tão esquecido”.
“A humanidade contemporânea precisa de sentir-se amada, por Deus e
pela Igreja. Só sentindo-se amada vencerá a tentação da violência, do
materialismo, do esquecimento de Deus, da perda do rumo que a conduzirá a
um mundo novo, onde o amor reinará”, precisou.
Neste contexto, D. José Policarpo sustentou que a Igreja tem de
afirmar-se como “lugar da conversão e do perdão, porque nela a verdade
exprime-se sempre na caridade”.
“Assim vos consagramos Senhora, vós que sois Mãe da Igreja, o
ministério do novo Papa: enchei o seu coração da ternura de Deus, que
vós experimentastes como ninguém, para que ele possa abraçar todos os
homens e mulheres deste tempo com o amor do vosso Filho Jesus Cristo”,
declarou.
O cardeal-patriarca recordou o anterior Papa, Bento XVI, “que
escolheu o caminho do orante silencioso, desafiando a Igreja para os
caminhos da oração”.
O gesto foi sublinhado com uma salva de palmas dos peregrinos presentes na Cova da Iria.
Após o momento de consagração do pontificado, no final da missa, o
bispo de Leiria-Fátima, D. António Marto, leu uma mensagem endereçada
pela Nunciatura Apostólica em Portugal.
“O Santo Padre manifestou o seu agrado pela iniciativa e profundo
reconhecimento pela satisfação do seu desejo em união de oração com
todos os peregrinos de Fátima, aos quais, de coração, concede a bênção
apostólica propiciadora de todos os bens”, referia o texto.
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