Porque buscais entre os
mortos Aquele que está vivo? É a grande e importante pergunta da noite
da Vigília Pascal. Se “todos procuramos a Vida, então, porque procurá-la
no meio dos mortos? Não há o sentido pleno, nem da vida nem da morte,
onde não há a compreensão total do mistério da vida nem a sua explicação
integral”, afirmava D. Ilídio na homilia da Vigília Pascal.
“Todos procuramos a esperança.
E porque procurá-la em quem não tem outra finalidade senão viver e ser
feliz no mundo terreno, frágil e transitório? Todos procuramos a
alegria. E porque procurá-la em quem não conhece a alegria completa, em
quem não a vive em solidariedade e em partilha com os outros? Todos
procuramos a felicidade. Mas porque procurá-la em quem não a possui e
que não é capaz de a dar?” Estas interrogações iniciais da homilia de D.
Ilídio deram o sentido mais alargado da celebração da Páscoa: “esta
noite é a noite dos mistérios, dos segredos, das interrogações e,
também, das respostas…”
Segundo D. Ilídio, a grande resposta a dar sentido a todas as
interrogações colocadas é esta que ouvimos: “Não está aqui,
ressuscitou”. É esta resposta que nos abre à vida, à esperança, à
alegria e à felicidade. Jesus não está aqui porque ressuscitou. “Jesus
está vivo e está connosco. Ele próprio nos precederá, isto é, Ele está
connosco e vai à nossa frente. Por isso, a vida, a esperança, a alegria,
a felicidade… tudo o que procuramos está à nossa frente… numa Pessoa
que experimentou a morte mas que vive e tem poder para dar a vida…” “À luz desta noite Santa, tudo o resto é entendido e a própria culpa se vê como trampolim para a vinda de Cristo glorioso. Todo o mal é afugentado e, num equilíbrio de graça e de perdão, o homem volta a poder encontrar-se com Deus. Como novas criaturas, incorporadas em Cristo, o Homem Novo, somos convidados a viver a vida nova e a iniciar, já aqui, a ressurreição”, lembrava D. Ilídio.
E concluía: “Por isso, porquê procurar aqui, na terra, o nosso futuro, a nossa alegria, a nossa felicidade, os critérios e os valores para a nossa existência, o sentido para a nossa vida… se o homem velho foi crucificado com Cristo e se deixámos de ser escravos, como diz Paulo na epístola aos Romanos?” Mas alertava: “Porém, não podemos alhear-nos desta terra e deveremos criar condições humanas e justas para todos poderem viver na terra que Deus criou e deu a todas as pessoas, chamadas a viver como irmãs, porque filhas de Deus”.
E rematou afirmando que “é daqui – do Reino de Deus, que é verdade, justiça, vida, amor e paz – que nos vêm os critérios e os valores com que devemos transformar a Sociedade em que vivemos.
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