Passaporte, bilhete e meio de transporte da Páscoa é o amor

Com o Domingo de Ramos, começou a Semana Santa, em que celebramos a Páscoa de Jesus, que será, também, a nossa Páscoa – “espero na ressurreição dos mortos e na vida do mundo que há-de vir”. “Passaremos pela morte para a vida nova se amarmos os irmãos, pois o passaporte, o bilhete e o meio de transporte da Páscoa é o amor”, vincou D. Ilídio Leandro na homilia que proferiu na Catedral.
“Jesus vive a Sua Páscoa, expiando as consequências da maldade dos homens”;“não Se valeu da Sua igualdade com Deus, mas aniquilou-se a Si próprio (…)  obedecendo até à morte e morte de cruz”. Jesus revela-nos o verdadeiro rosto de Deus, “sempre Criador da vida e nunca da morte; sempre Pai e Libertador; sempre cheio de misericórdia e de amor”. Revela-nos também o verdadeiro “rosto da pessoa humana, imagem e filha de Deus, amada por Deus”.
Daí, conclui o prelado, “a condição para amar Deus é servir as causas das pessoas, a começar pelas mais pobres, pelas mais frágeis, pelas mais doentes, pelas mais pequenas”. É “uma nova religião – religião com ética e com valores; não farisaica e legalista”, para uma “nova sociedade, a viver a dignidade, a justiça, a solidariedade e a defesa dos mais pobres e marginalizados. Faltam líderes na sociedade actual que pratiquem estas tão grandes e nobres causas!”, lamentava D. Ilídio.
Referindo-se às aclamações dos judeus, na entrada triunfal em Jerusalém, os mesmos que rapidamente pediram a sua condenação, D. Ilídio lembrou que “também nós entramos, facilmente, no entusiasmo por algo ou por alguém, pressionados e inflamados pelo calor das multidões! Porém, depressa viramos a agulha para a crítica, para os gritos à queda e eliminação de quem nos incomoda ou faz frente ao nosso egoísmo e aos nossos sonhos de grandeza e de privilégios”, dominada por “falsos valores e falsas promessas, sem critérios de verdade, de bondade, de amor e de justiça”, “olhando apenas a satisfação fugaz e material dos pequenos sonhos e dos pequenos e fugazes entusiasmos”.
Recordando o convite do Papa Francisco ao amor dos pobres e a imitarmos S. Francisco de Assis, no respeito e na estima pelas criaturas, pela natureza e por todos os bens da criação, D. Ilídio lembra que esta é uma boa proposta para a Igreja de Viseu, “que desejamos e queremos construir com o Sínodo”, uma Igreja “a seguir a sua opção frontal pelos valores da simplicidade e da verdade, “missão que está presente no Evangelho e que Jesus assumiu até ao extremo do Seu amor.”

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