Conclave: Patriarca de Lisboa será 32.º a votar

Ordem de «precedência» do Colégio Cardinalício é utilizada nas procissões, votação e juramentos

O patriarca de Lisboa, D. José Policarpo, vai ser o 32.º cardeal a votar no Conclave para a escolha do sucessor de Bento XVI, caso se confirme o número de 115 cardeais eleitores atualmente previsto.
A posição decorre da “ordem de precedência” hoje divulgada pelo Vaticano, uma disposição própria utilizada nas procissões, votação e juramentos relacionados com o período da Sé vacante, o tempo que vai entre a renúncia do Papa emérito e a eleição de um novo pontífice.
A ordem de precedência tem implicações, por exemplo, na organização das procissões ou nos lugares que os cardeais ocupam durante a eleição pontifícia, na Capela Sistina.
D. Manuel Monteiro de Castro, penitenciário-mor da Santa Sé, ocupa o 104.º lugar nesta lista, definida em função da data de criação cardinalícia e da ordem (episcopal, presbiteral ou diaconal) em que os cardeais são inscritos, seguindo uma tradição que remonta aos tempos das primeiras comunidades cristãs de Roma, quando os cardeais eram bispos das igrejas criadas à volta da cidade (suburbicárias) ou representavam os párocos e os diáconos das igrejas locais.
Por norma, os cardeais que lideram uma diocese, como acontece com D. José Policarpo, pertencem à ordem presbiteral e os que trabalham na Cúria Romana à diaconal.
O outro cardeal português, D. José Saraiva Martins, prefeito emérito da Congregação para as Causas dos Santos, é um dos seis cardeais-bispos (a que se juntam, num grau hierárquico inferior, os patriarcas das Igrejas católicas de rito oriental) da Igreja, os únicos que elegem e podem ser eleitos para o cargo de decano do Colégio Cardinalício, mas não participará no Conclave por ter mais de 80 anos.
 A Constituição Apostólica ‘Universi Dominici Gregis’ (1996) de João Paulo II, prevê que antes do início da votação na Capela Sistina, cada um dos cardeais eleitores, “por ordem de precedência”, preste um juramento através do qual todos se comprometem a “desempenhar fielmente” a missão de Papa se forem eleitos e a guardar segredo sobre os escrutínios.
Também a entrega dos boletins de votos é feita pela ordem de precedência, junto ao altar da Capela Sistina, com novo juramento: “Invoco como testemunha Cristo Senhor, o qual me há de julgar, que o meu voto é dado àquele que, segundo Deus, julgo deve ser eleito”.
Dado que o decano [presidente] do Colégio Cardinalício, D. Angelo Sodano, tem mais de 80 anos, a assembleia dos cardeais eleitores vai ser presidida pelo cardeal-bispo eleitor mais antigo, D. Giovanni Battista Re, prefeito emérito da Congregação para os Bispos.

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