Lei sobre o Conclave é rígida e impede todo o tipo de comunicação com o exterior, incluindo a utilização do Twitter.
A
penitenciaria-mor, presidida pelo cardeal português D. Manuel Monteiro
de Castro, é uma das únicas estruturas do Vaticano que se mantém em
funções quando Bento XVI renunciar ao pontificado, a 28 de fevereiro.
Com a Sede Vacante, que ocorrerá às 19h00 de Lisboa da próxima
quinta-feira, cessam as suas funções “o secretário de Estado da Santa
Sé, os prefeitos, os presidentes dos dicastérios e todos os seus
membros”, lembrou hoje no Vaticano o secretário do Conselho Pontifício
para os Textos Legislativos.
O bispo espanhol D. Juan Ignacio Arrieta protagonizou uma conferência de imprensa sobre a constituição ‘Universi Dominici Gregis’,
que legisla sobre o período entre a morte ou renúncia do Papa e a
eleição do seu sucessor, bem como os procedimentos eleitorais.
De acordo com este documento, que hoje assinala o 17.º aniversário, o
penitenciário-mor da Santa Sé continua a despachar os assuntos da sua
competência, submetendo ao colégio cardinalício o que deveria ser
referido ao Papa.
Durante a Sede Vacante estão previstos dois tipos de reunião dos
cardeais: a “congregação geral”, em que todos participam, e a
“congregação particular”, reservada a questões de menor importância,
composta pelo cardeal camerlengo mais três prelados, sorteados a cada
três dias de cada uma das ordens cardinalícias (diaconal, presbiteral e
episcopal).
Nenhum cardeal pode ser excluído do Conclave e eventuais renúncias,
como a do indonésio D. Julius Riyadi Darmaatmadja, tornada pública esta
quinta-feira e justificada por motivos de saúde, devem ser aceites pelo
Colégio Cardinalício, explicou o prelado espanhol.
O responsável recordou que Bento XVI pode modificar a legislação do
Conclave antes da resignação, e assinalou que a eleição do Papa ocorre
quando são obtidos dois terços dos votos, mais um se o número total de
cardeais não é perfeitamente divisível por três.
No primeiro dia do Conclave está prevista uma votação, número que se
eleva a quatro nos dias seguintes, duas de manhã e duas à tarde,
referiu.
Os cardeais podem incorrer em pena de excomunhão se utilizarem
qualquer meio para comunicar com o exterior, incluindo o Twitter,
durante o processo eleitoral, o mesmo acontecendo com pessoas externas
ao Conclave, como o mestre de cerimónias litúrgicas ou médicos que
tenham de entrar na assembleia.
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