São Teotónio: Primeiro santo português abandonou cargo no fim da vida para se dedicar à oração, como Bento XVI

Arcipreste de Monção revela projetos para as bodas de prata das Jornadas Teotonianas, em 2014

O vigário geral da Diocese de Viana do Castelo recordou este domingo, em Monção, que o primeiro santo português renunciou às funções quando era já idoso para se entregar a uma vida orante, à semelhança do atual Papa.
“No fim da vida São Teotónio deixou o priorado para se dedicar totalmente à oração, e o mesmo fez Bento XVI”, afirmou o padre Sebastião Ferreira, citado pelo coordenador do arciprestado monçanense, monsenhor Avelino Felgueiras, em declarações prestadas hoje à Agência ECCLESIA.
O paralelismo foi avançado no encerramento das 24.ªs Jornadas Teotonianas, que de sexta-feira a domingo debateram em Monção o tema ‘Atualidade do Concílio Vaticano II, 50 anos depois’.
A iniciativa evoca São Teotónio, nascido cerca de 1082 no concelho vizinho de Valença do Minho e que morreu em 1162, depois de ter estado ligado ao primeiro rei português, D. Afonso Henriques, no estabelecimento e consolidação da nacionalidade.
 O padre Avelino Felgueiras faz uma avaliação “altamente positiva” das jornadas, que contaram com a presença de 150 pessoas.
No primeiro dia o bispo do Porto e vice-presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, D. Manuel Clemente, falou sobre a “beleza” do concílio realizado de 1962 a 1965, tendo-se centrado nas homilias das missas de abertura e encerramento, proferidas respetivamente pelos Papas João XXIII e Paulo VI.
A teóloga Isabel Varanda abordou, no segundo dia, o tema ‘Do mistério da fé à Igreja como mistério’, tendo dado “um testemunho, de modo muito simples e humilde, de como vive a fé”, referiu o sacerdote.
O diretor do Centro Regional de Braga da Universidade Católica Portuguesa e da sua Faculdade de Teologia, João Duque, encerrou as jornadas no domingo com uma reflexão sobre a família e a educação, a partir da constituição conciliar ‘Gaudium et spes’, documento conciliar centrado na relação da Igreja Católica com a sociedade.
O vigário geral, adjunto do bispo de Viana do Castelo, sugeriu que na edição de 2014 das Jornadas Teotonianas fosse publicado um compêndio com o trabalho realizado durante os 25 anos da iniciativa.
O arcipreste de Monção, por seu lado, pretende que as bodas de prata da iniciativa patrocinada pelo Município sejam marcadas pela recordação dos temas e personalidades “de alto valor cultural e político” que intervieram nos encontros.
O responsável gostaria ainda de contar com a presença do mentor das jornadas, D. Antonino Dias, atual bispo de Portalegre-Castelo Branco, que há 25 anos era reitor do Seminário de São Teotónio, em Monção.
“Começar é fácil mas continuar é difícil. Implica muito trabalho para reunir os convidados, bem como uma despesa elevada”, salientou o padre Avelino Felgueiras.
A Igreja Católica assinala hoje a memória litúrgica de São Teotónio, padroeiro principal da Diocese de Viseu e padroeiro secundário da Diocese de Viana do Castelo e da cidade de Coimbra.

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