Viseu: Casa-Museu para a Madre Rita



Centenário da morte da beata portuguesa foi evocado na sua terra natal.

 O bispo de Viseu presidiu hoje à bênção da primeira pedra da ‘Casa da Memória’ que vai evocar a beata portuguesa Rita Amada de Jesus (1848-1913), falecida há 100 anos, neste dia.
“É uma alegria muito grande para o bispo e para toda a nossa Igreja de Viseu que, hoje e aqui, tenha sido oficialmente iniciada uma obra para guardar e fomentar a memória de tão ilustre filha desta terra. Como é muito desejável, também, que seja fomentada a sua espiritualidade e desenvolvido e dado a conhecer o seu Carisma”, disse D. Ilídio Leandro, na homilia da missa a que presidiu em Ribafeita, Concelho de Viseu, terra natal da religiosa beatificada em maio de 2006.

Segundo este responsável, a Beata Rita de Jesus “viveu, ensinou e transmitiu a fé” e as obras que a mostram “estão à vista de todos”, pedindo que, à imagem dela, surjam agora “profetas da ética familiar, da economia social e da partilha dos bens, como referências incontestadas para governos e políticos sem ideias e sem soluções”.
A Casa-Museu procede à reconstrução da casa onde nasceu e morreu a Madre Rita, fundadora Instituto Jesus Maria José, através da Paróquia de Ranhados e com o apoio da Câmara Municipal.
“Pretende-se manter em Casal Mendinho (Ribafeita) um espaço que possa avivar e manter a memória do que foi a vida de Rita Amada de Jesus e o carisma da sua obra”, refere o Gabinete de Informação da Diocese, em comunicado.
A casa a reconstruir será ampliada e vai apresentar, para além da exposição museológica, “espaços para acolhimento de visitantes e para oração (capela) dos que ali se desloquem como peregrinos, dispostos a compreender e viver a espiritualidade que inspirou a Beata Madre Rita”.
O edifício terá dois pisos e prevê-se que as obras possam estar concluídas dentro de um ano, com custos estimados em 300 mil euros.
“Celebrando, precisamente hoje, os 100 anos da sua partida, ela está tanto mais viva, quão vivo e atual está o carisma que recebeu, viveu e transmitiu e, ao mesmo tempo, é vivido e transmitido por aquelas e aqueles que a seguem”, referiu D. Ilídio Leandro, na missa de hoje.
O prelado destacou a importância de assumir que a vivência da fé pode implicar “percursos muito sinuosos, muito difíceis e cheios de aventuras e perigos”, como aconteceu com Rita Amada de Jesus, nos finais do século XIX e inícios do século XX.
“As missões a que deitou mãos – formação das jovens, defesa dos direitos das mulheres e promoção da sua dignidade, ajuda às famílias em situações difíceis – são situações que, alargadas a outros âmbitos, exigem intuições para inovar e para ousar em respostas proféticas e eticamente positivas”, prosseguiu, numa intervenção enviada à Agência ECCLESIA.
D. Ilídio Leandro deixou votos de que esta obra “possa ser, muito em breve, não só a igreja com espaço para a capela tumular, mas também, o centro de irradiação da mensagem de Beata Rita Amada de Jesus, tão útil e atual para os dias de hoje, de modo a que o carisma de que é fundadora, suscite continuadoras e amigos que gritem, ao longe e ao largo, caminhos novos para um mundo novo”.


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