Papa encerra trilogia sobre ‘Jesus de Nazaré’ com mais de um milhão de exemplares lançados em oito línguas e 50 países.
O novo livro de Bento XVI que conclui a sua trilogia sobre ‘Jesus de
Nazaré’, hoje apresentado no Vaticano, destaca a verdade histórica do
Natal e sustenta que a figura de Cristo se distingue das personagens da
mitologia.
“Jesus não nasceu nem apareceu publicamente no vago ‘outrora’ do
mito. Ele pertence a um tempo datável exatamente e a um ambiente
geográfico indicado com clareza”, escreve Bento XVI no volume intitulado
‘A infância da Jesus’.
A obra, que chega às livrarias portuguesas e de outros 49 países esta
quarta-feira, tem uma tiragem inicial de mais de um milhão de
exemplares em oito línguas (italiano, francês, inglês, espanhol, alemão,
português [europeu e do Brasil], croata, polaco), adiantou o porta-voz
do Vaticano, acrescentando que estão em preparação traduções num total
de 20 idiomas, para publicação em 72 nações.
O livro aborda os chamados ‘evangelhos de infância’, sobre os
primeiros anos de vida de Jesus, e é apresentado pelo próprio Papa como
uma introdução aos dois livros precedentes sobre a figura e a mensagem
de Cristo.
“Jesus nasceu numa época que pode ser determinada com exatidão. No
início da atividade pública de Jesus, Lucas oferece mais uma vez uma
datação pormenorizada e exata daquele momento histórico: é o décimo
quinto ano do império de Tibério César”, refere.
Segundo Bento XVI, são necessários “dois passos” para uma
interpretação correta dos textos bíblicos: “Por um lado, é preciso
perguntar-se o que pretendiam dizer com o seu texto os respetivos
autores, no seu momento histórico – é a componente histórica da
exegese”.
O Papa observa, no entanto, que “não é suficiente deixar o texto no
passado, arquivando-o entre os eventos acontecidos há tempos”.
O primeiro volume de ‘Jesus de Nazaré’ tinha sido publicado em 2007 e
era dedicado ao começo da vida pública de Cristo; a segunda parte da
obra foi apresentada em março de 2011, passando em revista os momentos
que precederam a morte de Jesus e a sua ressurreição.
“Espero que o pequeno livro, não obstante os seus limites, possa
ajudar muitas pessoas no seu caminho rumo a e com Jesus”, sublinha agora
Bento XVI.
A Princípia Editora, como já tinha acontecido aquando do segundo
volume, foi selecionada no âmbito de uma consulta internacional lançada
pela editorial italiana Rizzoli, detentora dos direitos mundiais da
obra.
Os direitos adquiridos para a língua portuguesa, excetuando o Brasil,
incluem “as versões impressa, eletrónica e áudio”, adiantou o editor
Henrique Mota, que se encontra hoje no Vaticano para entregar estas
obras ao Papa.
A apresentação do livro esteve a cargo do cardeal Gianfranco Ravasi,
presidente do Conselho Pontifício da Cultura (Santa Sé), que em
declarações à ECCLESIA adiantou que o volume vai ajudar a “repensar o
mistério do Natal”.
Segundo este responsável, os episódios abordados pelo Papa enfrentam
“temas dramáticos”, que não interessam “apenas aos crentes”.
A editora Rizzoli refere que este é um livro “simples na linguagem,
rigoroso e corajoso na exposição”, que surge com o objetivo de “suscitar
debate”.
Na iminência do Natal, os responsáveis da casa italiana falam num
“estímulo a conhecer em profundidade as razões da fé”, para os
católicos.
“Ao mesmo tempo, Joseph Ratzinger, Bento XVI, fala com amizade a
todos os que, como os magos, estão na inquietação da busca e se
perguntam: ‘De onde vem Jesus?’”, acrescenta o comunicado de imprensa.
A divulgação e a apresentação da obra em Portugal têm o apoio da Agência ECCLESIA.
Comentários
Enviar um comentário