O rio Alfusqueiro é, por excelência, o natural elemento congregador da freguesia de Destriz.
Em suas margens gravita um mundo de virtualidades turísticas, económicas e sentimentais.
Para início da nossa caminhada de hoje, proponho que nos concentremos na praia fluvial, dotada de ótimas condições naturais e já de algumas estruturas construídas.
Ali bem perto está a ponte (passagem submersível), que nos poderá levar, em dois passos, à típica povoação da Ribança. Aqui, lá para agosto, a rua principal, coberta de extensa latada, há de exalar o perfume do discutido americano, que ainda é bem querido por estas terras e outras mais próximas.
Depois, pela estradinha à esquerda, vamos a Silvares, a apreciar as pedreiras do tenro xisto, donde saem as pedras de ar as ferramentas das casas de lavoura.
Por estrada ziguezagueante, vamos agora subir bastante mais até ao pequenino Caselho, no meio da floresta, onde a simpatia do bem receber nunca é palavra vã.
Na descida, em sentido inverso, apreciemos melhor, num olhar panorâmico, as duas margens do rio. Lá está ao fundo, num prolongado meandro do Alfusqueiro, o celebrado pesqueiro das trutas saborosas que, no verão, fazem as delícias dos confraternizantes da praia fluvial de Destriz.
O regresso terá de ser, se o nível das águas o permitir, pelas antigas alpondras (poldras), um pouco a jusante da praia. Já na margem direita, quase rente ao rio, achamo-nos junto à igreja paroquial, rodeada de férteis campos agrícolas. Campanário simples e colunas de traça sobre os quatro cantos da cobertura contribuem para completar o quadro de grande beleza de que este pequeno templo é o centro.
Menção merecem também as estelas funerárias conservadas no adro e, poucos metros acima, a caminho do cemitério, um cruzeiro granítico de lavor.
Ao passar no Carregal, de ar moderno à beira da estrada, num relance volte o olhar para a rusticidade autêntica da aldeia antiga.
Após uma rápida mirada ao lugarzinho do Pisco, estamos _nalmente nas Benfeitas.
O largo central contém motivos dignos de um belíssimo postal: escada e patim de casa antiga de granito, com elementos em relevo; cruzeiro e memória lavrada em reconhecimento a um homem bom do concelho, o Dr. Diamantino Bastos.
Bem próxima está a capela de Nossa Senhora da Conceição, justamente orgulhosa das pinturas magníficas, recentemente restauradas, que no teto honram a padroeira.
Não deixe, amigo leitor, de fazer agora duas pesquisas históricas na periferia, para observar dois significativos exemplos de gravuras rupestres: a Pedra das Ferraduras Pintadas, subindo mais um pouco na encosta da serra, e a Pedra dos Cantinhos, na descida para o Carregal.
E poderá ainda, se o desejar e em jeito de despedida, ir ao miradouro onde está erigida, a poente, uma imagem da Mãe de Deus, como que abençoando as Benfeitas e toda a freguesia de Destriz.
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