colheita feita no jornal de vouzela

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Escrito por Adriano Vicente Ferreira e Carlos Jorge Santos
14-Out-2010

Outono época de colheitas

Chegou o Outono e com ele as primeiras chuvadas que em muito vieram ajudar os nascentes, que na sua maioria já estavam secos.

As primeiras chuvas vieram ainda ajudar a salvar a qualidade da nossa água pública, que consumimos, pois há uns tempos atrás tinha mau cheiro e era pouco transparente.

Falando de Outono falamos de colheitas, pois na parte do milho, neste momento está praticamente arrumado nos espinheiros e foi em abundância e de qualidade além do ano ser muito seco.

Com respeito às uvas já teve o seu início mas na maior parte ainda se encontra por vindimar. Além da sua abundância prevê-se um bom ano de vinho, pela qualidade das suas uvas.

Mas como não só de pão vive o homem já poucas são as pessoas que podem sobreviver, ou nenhumas, só com estes dois produtos, visto que a produção de carne e leite quase estagnou devido à subida dos custos de produção, já os preços pagos aos agricultores são os mesmos de há cerca de 20 anos.

Após a decadência do sector primário o país começou a ficar mais pobre e as pessoas tiveram que ir para as fábricas onde em muito lado do país estão a ser despedidos! Porque se seguiu esta politica? Será que o nosso país não poderá produzir ao menos 60 % do que precisamos para comer!...

No nosso meio há 15 ou 20 anos produzia-se na nossa região milhares de litros de leite e centenas de toneladas de carne. E hoje? Quase zero.

Ainda há quem tente, mas quase tem que pagar para trabalhar e o que acontece são as terras a ficarem com silvados, o que entendemos ser uma pena.

Centenário da República Portuguesa

A nossa primeira República teve uma duração apenas de 16 anos, depois de ter deposto o regime monárquico de então; mas as divergências foram tantas entre as forças de então que levaram a falhanços de vária ordem como por exemplo a democratização, mas também a parte económica e social foi um desastre e por tal motivo em 1926 entrou a ditadura do Dr Salazar, que permaneceu no poder cerca de 40 anos.

As pessoas mais idosas lembram-se de tempos muito difíceis, como o racionamento dos bens de primeira necessidade, entre outros. Afinal houve fome e não apenas de comida, mas de liberdade individual e colectiva.

As saudades que deixou, e hoje ainda são muitas as pessoas a referi-lo como um tempo de segurança em que as pessoas não se preocupavam por deixar a chave na fechadura das suas portas, porque ninguém mexia nas vivendas, na maioria dos casos bastante modestas, principalmente a nível das vilas e aldeias.

Veio o 25 de Abril de 74 com o derrube da ditadura e entrou-se noutra fase da República que fez renascer a esperança de uma vida melhor e pode dizer-se que após um período muito conturbado a democracia implantou-se e foi desenvolvendo o país e melhorando a vida das pessoas.

A partir de 1995 o ritmo do país começou a declinar com o fim praticamente do sector primário que nos anos de 1985 floria e produzia parte do que o país necessitava para comer.

Hoje, passados estes anos, segundo as estatísticas não produzimos mais do que para 20 % da população portuguesa. Até quando o nosso país poderá aguentar a compra de 80 % do que é preciso para alimentar as pessoas ao estrangeiro?

Neste momento o que a maioria dos portugueses desejam é que haja justiça e trabalho para poderem ter pão para comer e saúde. Todo o resto de promessas venham elas de onde vierem poucas são as pessoas que acreditam nos nossos políticos e nas suas promessas não cumpridas.

Que a comemoração dos 100 anos da República sirva para todos reflectirem e dizerem a verdade aos portugueses em geral e assim honrarem os 100 anos da República Portuguesa para a sobrevivência da nossa democracia.



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