Iniciamos um novo Ano Litúrgico,
o tempo do Advento tem uma dupla característica: ser um tempo de
preparação próxima para a solenidade do Natal, em que se comemora a
primeira vinda do Filho de Deus aos homens; e um tempo de vigilância e
oração na expectativa da segunda vinda de Cristo no fim dos tempos.
O Advento é vivido ao longo de quatro
semanas, durante as quais preparamos espiritualmente a celebração do
Natal, a festa em que os cristãos celebram o nascimento de Jesus Cristo,
na cidade de Belém.
Neste caminho para o Natal, o
Secretariado Diocesano da Catequese, propôs-nos a partir da construção
de uma árvore de Natal diferente, com o que significa a oliveira, árvore
que simboliza a paz, a harmonia, o equilíbrio, a serenidade, a
perenidade, redescobrirmos a grandeza e o valor do nosso batismo.
Valorizando nessa construção o elemento da água, fonte de vida, o azeite
como óleo da alegria, dom da unção e a luz sinal de um novo dia que
desponta na aurora de uma nova humanidade. Estes sinais ajudam-nos a
valorizar a nossa consciência de filhos de Deus e a dignificar a vida
nova que recebemos no sacramento do batismo. Este dom foi nos dado como
semente, que caiu no terreno bom do nosso coração e pela nobreza da fé
se manifesta na vivência dos sacramentos da iniciação cristã: o Batismo,
a Confirmação e a Eucaristia. Eis a árvore nova que agora somos
chamados a construir, qual oliveira, símbolo da paz que o Messias
oferece ao mundo inteiro no mistério do Natal. Ele é na verdade o
Príncipe da Paz!
É preciso fazer do Advento o caminho
novo da esperança messiânica, da humanidade chamada a viver a sua fé, a
ser Igreja, a ser família e a produzir frutos novos de caridade para bem
do mundo. Saibamos viver com amor e com esperança este novo Ano
Litúrgico e continuar a dizer, vinde Senhor Jesus.
O mistério do Advento marcado pela
esperança messiânica, de um Deus que está para chegar, mas tarda em
nascer na maioria dos corações, é preciso com a ousadia dos profetas
anunciar esta Boa-Nova ao mundo. O Senhor virá para salvar o seu povo.
Na verdade Deus está interessado em construir um mundo novo, um mundo
para homens novos, por isso, os profetas como homens do anúncio da
verdade e da alegria, também denunciam aos homens os seus erros, as suas
injustiças e os seus pecados. Os profetas são chamados a anunciar um
tempo novo, um tempo de esperança, de proximidade e de paz. Tempo que
culmina com o sim de Maria a Deus e com o acolhimento do Salvador no seu
coração e no seu ventre. Eis, que surge a plenitude dos tempos, o tempo
novo esperado pela humanidade, o tempo que culmina com a contemplação
da verdadeira luz, a que brilha na noite santa de Natal disfarçada na
vida de uma criança, que nasce. Essa vida divina e humana é o próprio
Jesus, o Salvador do mundo.
+ António Luciano, Bispo de Viseu
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