ENSINAMENTO DO BISPO: A Vocação à Santidade

1. A Solenidade de todos os Santos uma festa, um dom e um compromisso. Todos os batizados somos chamados a viver a nossa vida, enquanto dom de Deus, num caminho que nos conduz à santidade. O caminho de santidade é feito de coisas pequenas e simples, mas feitas com amor e generosidade para com Deus e para com o próximo.
O caminho dos santos simultaneamente tem uma ligação profunda a Deus e ao seu mistério, mas também ao serviço prestado ao próximo na resposta às suas necessidades. A santidade requer proximidade com Deus pelo dom da fé, pela escuta generosa da Palavra de Deus e pelo serviço de caridade em benefício dos nossos irmãos. O caminho de santidade é um caminho de humildade, de simplicidade, de desprendimento, de alegria, de serviço e de amor a Deus e ao próximo. É um contemplar a fonte da vida divina e do amor sobrenatural, origem de toda a santidade e desafio de toda a entrega gratuita ao serviço dos irmãos. Os mais pobres e abandonados, os refugiados e os doentes, os vulneráveis e os frágeis são o verdadeiro lugar teológico, onde se exercita e aprende a ser santo. Daí as palavras de Jesus: “Sede santos, porque o vosso Pai celeste é Santo”. Um convite, um desejo de Deus a nosso respeito e um apelo. Sermos santos! Ao longo deste Ano pastoral somos todos chamados a viver o “Sacramento do Batismo, como caminho de santidade”. Jesus não deixa de nos recomendar: “O que fizerdes ao mais pequenino dos meus irmãos a Mim o fazeis”. O Papa Francisco na Exortação Apostólica Cristo Vive fala muito do caminho de santidade e da vida dos santos nossos vizinhos e dos santos jovens. O coração da Igreja também está cheio de jovens santos: “Através da santidade dos jovens, a Igreja pode renovar o seu ardor espiritual e o seu vigor apostólico. O bálsamo da santidade gerada pela vida boa de tantos jovens pode curar as feridas da Igreja e do mundo, desenvolvendo-nos àquela plenitude do amor à qual desde sempre fomos chamados: os jovens santos animam-nos a voltar ao nosso primeiro amor (cf. Ap 2,4)”, (CV 50).
Há muitos santos que viveram a santidade com grande exemplo, testemunho e heroicidade. Ao celebrarmos a Solenidade de Todos os Santos, façamos memória jubilosa deste número incontável de fiéis, que viveu na terra a fidelidade ao caminho da santidade a que Deus os chamou.

2.O Dia de Fiéis Defuntos, convida-nos enquanto Igreja peregrina a rezar por todos aqueles que partiram ao encontro do Senhor, com as lâmpadas da sua fé acesas, continuam um caminho de purificação até chegar à morada eterna de Deus. A Igreja como Mãe oferece por eles sufrágios: a Eucaristia, a oração, a penitência, a esmola e outras formas de caridade, para que libertos dos seus pecados possam contemplar na glória a visão beatífica de Deus. Nossa Senhora ensinou em Fátima aos pastorinhos que rezassem muito, porque iam muitas almas para o inferno porque não havia quem rezasse e se sacrificasse por elas. Por isso ensinou-lhes a seguinte prece: Ó meu Jesus, perdoai-nos e livrai-nos do fogo do inferno, levai as almas todas para o céu, principalmente as que mais precisarem”. Os pastorinhos rezaram e deixaram-nos o seu testemunho. Também nós no Dia de Todos os Santos, Fiéis Defuntos e durante o mês de novembro saibamos oferecer a Eucaristia, os Sufrágios, as orações, os sacrifícios e as esmolas pedindo a Deus, por intercessão de Nossa Senhora, São José e todos os Santos, o eterno descanso de todos os Fiéis Defuntos, que partiram já deste mundo. Pedimos ao Senhor que na sua misericórdia infinita os receba na glória do seu Reino. Por isso pedimos: Dai-lhe Senhor o eterno descanso. Ámen!
+ António Luciano, Bispo de Viseu

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