O Papa Francisco nomeou hoje como bispo das Forças Armadas e das
Forças de Segurança em Portugal D. Rui Valério, de 53 anos, que sucede a
D. Manuel Linda, que entretanto já assumiu a missão de bispo do Porto.
O anúncio foi feito pela Nunciatura Apostólica, em comunicado enviado à Agência ECCLESIA.
D. Rui Manuel Sousa Valério, o novo responsável pelo Ordinariato
Castrense em Portugal, é natural da Urgueira, no Concelho de Ourém, e
conta no seu percurso com vários anos de serviço junto das forças
militares, neste caso da Marinha Portuguesa.
Entre 1992 e 1993 foi capelão militar no Hospital da Marinha, serviço que assumiu também na Escola Naval, de 2008 a 2011.
Em declarações enviadas à Agência ECCLESIA, o novo bispo português
deixa “uma saudação muito próxima a toda a diocese”, centrada “nos
militares, nos agentes de segurança, no pessoal civil”, em “todos os
homens e mulheres” que estão ao serviço do país, quer em território
nacional quer “em missões internacionais”.
Agentes que “estão não só em nome ou em prol da paz mas são também
exímios embaixadores daquilo que é Portugal, os seus valores e a sua fé
na liberdade, na paz e na justiça”, realça D. Rui Valério.
O novo responsável católico para as Forças Armadas e de Segurança
dirige-se ainda a todos os sacerdotes e capelães empenhados neste setor,
para destacar o trabalho que realizam todos os dias no meio militar, em
particular “junto e com os jovens”.
D. Rui Valério conclui a sua mensagem com um “agradecimento” especial
às comunidades por onde passou, quer no Patriarcado de Lisboa, diocese
onde se encontrava atualmente, quer na Diocese de Beja e também junto da
congregação dos Padres Monfortinos, à qual está ligado.
Foi no início da década de 90 que D. Rui Valério professou os seus
votos perpétuos, dentro da congregação dos Padres Monfortinos, e foi
ordenado padre, em Fátima, a 23 de março de 1991.
Como sacerdote, esteve nas paróquias do Concelho de Castro
Verde, na Diocese de Beja, primeiro como coadjutor, de 1993 a 1995,
e depois como pároco, de 2001 a 2007.
Foi também coadjutor na Paróquia da Póvoa de Santo Adrião, no
Patriarcado de Lisboa, de 1996 a 2001 e nomeado pároco em 2001,
missão que exercia antes de ser agora nomeado bispo.
Numa nota publicada este sábado, a Conferência Episcopal Portuguesa
“congratula-se com a nomeação de D. Rui Valério para servir o Povo de
Deus no contexto das Forças Armadas e de Segurança e com a sua
qualificada presença no seio do Episcopado português”.
O cardeal-patriarca de Lisboa também já reagiu ao novo bispo, com uma
palavra de “gratidão” ao novo bispo, pela “grande dedicação” que
colocou em todos os projetos a que foi chamado no território lisboeta, e
junto da comunidade católica, que “serviu com entusiasmo e acerto”,
realçou D. Manuel Clemente.
A ordenação episcopal de D. Rui Valério vai ter lugar no dia 25 de
novembro, no Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa, e será feita em conjunto
com a ordenação de D. Daniel Henriques, recentemente nomeado pelo Papa
como bispo auxiliar para o Patriarcado de Lisboa.
Recorde-se que em 2016, durante o Jubileu da Misericórdia, o novo
bispo das Forças Armadas e das Forças de Segurança foi um dos 1071
sacerdotes enviados pelo Papa Francisco como “missionário da
misericórdia” às comunidades de todo o mundo.
Sobre o Ordinariato Castrense de Portugal, assim designado a partir
de 1986, com a Constituição Apostólica ‘Spirituali Militum Curae’,
realce que entre 1966 e 2000, este tratava-se de um setor pastoral a
cargo do patriarca de Lisboa.
Através do decreto n.º 387/87, de 17 de março de 2001, João Paulo II
decidiu anuir ao pedido formulado pela Conferência Episcopal Portuguesa,
separando o múnus do Ordinariato Castrense de Portugal do de patriarca
de Lisboa.
Pertencem ao Ordinariato Castrense e estão sob a sua jurisdição todos
os fiéis militares e também aqueles que, por vínculo da lei civil, se
encontram ao serviço das Forças Armadas; são também setores integrantes
as Forças de Segurança, ou seja, a Guarda Nacional Republicana e a
Polícia de Segurança Pública.
Até à tomada de posse do novo bispo, em data ainda a definir, o
Ordinariato será guiado pelo padre Manuel Amorim, vigário-geral
castrense, na qualidade de administrador diocesano.
O Serviço de Assistência Religiosa das Forças Armadas e das Forças de
Segurança foi regulamentado em 2009, na sequência da Concordata
assinada entre Portugal e a Santa Sé em 2004, sendo constituído pela
Capelania Mor e pelos centros de assistência religiosa da Armada, do
Exército, da Força Aérea, da Guarda Nacional Republicana e da Polícia de
Segurança Pública.
A Capelania Mor é um órgão de natureza inter-religiosa integrado no
Serviço de Assistência Religiosa das Forças Armadas e das Forças de
Segurança, que assegura” o regular funcionamento da assistência” e
compreende na sua composição um capelão-chefe, por cada confissão
professada, que coordena a respetiva assistência religiosa.
Comentários
Enviar um comentário