Francisco diz que a Virgem Maria é «ícone» da misericórdia de Deus
O Papa evocou hoje no
Vaticano a celebração da solenidade litúrgica da Imaculada Conceição e
apresentou a Virgem Maria como “ícone” da misericórdia de Deus, no
início do Jubileu extraordinário.
“A festa da Imaculada faz-nos contemplar Nossa Senhora que, por
privilégio singular, foi preservada do pecado original desde a sua
conceção”, explicou, por ocasião da recitação do ângelus, perante
milhares de pessoas reunidas na Praça de São Pedro.
Pouco depois de ter aberto a Porta Santa da Basílica do Vaticano, que
vai ser atravessada por centenas de milhares de pessoas durante o
Jubileu da Misericórdia (dezembro 2015-novembro 2016), Francisco
observou que Maria foi a primeira a ser “salva pela infinita
misericórdia do Pai, como primícia da salvação que Deus quer oferecer a
cada homem e mulher”.
“Por isso, a Imaculada Conceição tornou-se ícone sublime da
misericórdia divina que venceu sobre o pecado e nós hoje, no início do
Jubileu da Misericórdia, queremos olhar para este ícone com amor
confiante”, acrescentou.
O Papa convidou os católicos a ver na “imaculada conceção” de Maria a “aurora do mundo novo”, da “nova criação”.
Antes, na homilia da Missa a que presidiu na Praça de São Pedro,
Francisco tinha afirmando que a Imaculada Conceição “exprime a grandeza
do amor divino” que “evita, antecipa e salva”.
“Há sempre a tentação da desobediência, que se exprime no desejo de
projetar a nossa vida independentemente da vontade de Deus. Esta é a
inimizade que ameaça continuamente a vida dos homens, tentando
contrapô-los ao desígnio de Deus. E todavia a própria história do pecado
só é compreensível à luz do amor que perdoa”, observou.
Francisco recordou depois que esta tarde vai cumprir a tradicional
homenagem à Virgem Maria junto do monumento dedicado à Imaculada
Conceição na Praça de Espanha, Roma, visitando ainda a Basílica de Santa
Maria Maior, para um momento de oração.
“Esta peregrinação é um ato de devoção filial a Maria, Mãe de
Misericórdia. A ela confiarei a Igreja e toda a humanidade, de modo
particular a cidade de Roma”, precisou.
Francisco não quis despedir-se sem lembra que também Bento XVI
atravessou a Porta Santa na Basílica de São Pedro e pediu um aplauso da
multidão para o Papa emérito.
O dogma da Imaculada Conceição de Maria foi proclamado pelo Papa Pio
IX, a 8 de dezembro de 1854, através da bula ‘Ineffabilis Deus’, a qual
declara a santidade da Virgem Santa Maria desde o primeiro momento da
sua existência, sendo preservada do pecado original.
A ligação entre Portugal e a Imaculada Conceição ganhou destaque em
1385, quando as tropas comandadas por São Nuno Alvares Pereira
derrotaram o exército castelhano e os seus aliados, na batalha de
Aljubarrota, e consolidaram a afirmação da identidade lusitana.
Em honra a esta vitória, o Santo Condestável fundou a igreja de Nossa
Senhora do Castelo, em Vila Viçosa, e fez consagrar aquele templo a
Nossa Senhora da Conceição.
Um segundo passo deu-se durante o movimento de restauração da
independência que acabou com o domínio castelhano em Portugal e que
culminou com a coroação de D. João IV como rei de Portugal, a 15 de
dezembro de 1640, no Terreiro do Paço, em Lisboa.
O mesmo D. João IV coroou a Imagem de Nossa Senhora da Conceição de
Vila Viçosa como Rainha e Padroeira de Portugal durante as cortes de
1646.
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