Primeira mensagem de Francisco para esta celebração apresenta Maria como exemplo de ternura e caridade
A Igreja Católica celebra hoje o 22.º Dia Mundial do Doente, o primeiro no pontificado do Papa Francisco, que este domingo apelou hoje à defesa da “dignidade” destas pessoas e das suas famílias.
“A dignidade da pessoa não se reduz nunca às suas faculdades ou capacidades nem diminui quando a própria pessoa é fraca, inválida e necessitada de ajuda. Penso nas famílias, onde é habitual cuidar de quem está doente; por vezes, as situações podem ser mais pesadas”, afirmou, perante dezenas de milhares de pessoas reunidas na Praça de São Pedro para a recitação da oração do ângelus.
“Muitos escrevem-me e hoje quero assegurar uma oração por todas estas famílias, a quem digo: não tenhais medo da fragilidade, não tenhais medo da fragilidade, ajudai-vos uns aos outros com amor e sentireis a presença consoladora de Deus”, prosseguiu.
A celebração do Dia Mundial do Doente decorre anualmente a 11 de fevereiro, data em que a Igreja Católica celebra a festa litúrgica de Nossa Senhora de Lurdes, por decisão de João Paulo II.
“É a ocasião propícia para colocar no centro das comunidades as pessoas doentes, rezar por elas e com elas, estar perto delas”, declarou o Papa.
Francisco deixou uma palavra de estímulo pelo “trabalho precioso” de quantos estão empenhados no campo da saúde e se encontram todos os dias com doentes, “não só um corpo marcado pela fragilidade, mas pessoas, às quais se deve oferecer atenção e respostas adequadas”.
Na sua primeira mensagem para o Dia Mundial do Doente, divulgada em dezembro, o Papa Francisco dá o exemplo de Maria, mãe de Jesus, como “um modelo cristão de ternura e caridade respeitosa” para com o sofrimento dos doentes.
No texto intitulado 'Fé e Caridade: Nós também devemos dar a nossa vida pelos irmãos', Francisco refere-se a Maria como “a mãe de todos os sofrimentos”, confiando à sua intercessão este dia mundial, que se celebra no dia da memória litúrgica de Nossa Senhora de Lurdes.
“Para crescer em ternura, numa caridade respeitosa e sensível, temos um modelo cristão (…) Ela é a Mãe de Jesus e a nossa Mãe, sempre atenta à voz de Deus e às necessidades e dificuldades dos seus filhos” pode ler-se na mensagem.
“Dirijo-me especialmente aos doentes e a todos os profissionais que prestam cuidados e tratamentos de saúde. A Igreja vê-vos, queridos doentes, como a presença especial de Cristo sofredor”, começa por escrever Francisco.
O Papa dá o exemplo do sofrimento de Jesus na Cruz para assinalar o sofrimento humano como um momento em que “se iluminou a escuridão”, um “mistério do amor de Deus”, que ao ser lembrado dá esperança, “porque no plano amoroso de Deus, mesmo na noite a dor pode dar lugar à luz da Páscoa”, e coragem “para enfrentar cada adversidade na companhia de Deus, unidos a Ele”.
"Quando nos aproximamos com ternura daqueles que necessitam de cuidado, damos lugar à esperança e ao sorriso de Deus, algo tão importante num mundo cheio de contradições”, acrescenta.
O Papa defende ainda que quando “a dedicação e generosidade para com os outros se torna o estilo" das ações, abre-se "espaço para o Coração de Cristo”, algo que reconforta e contribui para “o advento do Reino de Deus”.
“O teste da verdadeira fé em Cristo está no dom de espalhar o amor ao próximo, especialmente para com aqueles que sofrem, para com aqueles que são marginalizados”, reforça Francisco.
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