Vaticano: Igreja deve propor regresso a Jesus, diz o Papa

Francisco destaca «centralidade» de Cristo na celebração conclusiva do Ano da Fé.

O Papa presidiu hoje no Vaticano à missa conclusiva do Ano da Fé, iniciativa lançada por Bento XVI, e disse que as comunidades católicas têm de apresentar Jesus como “centro da história da humanidade e de cada homem”.
“Jesus é o centro dos nossos desejos de alegria e de salvação, sigamos todos juntos neste caminho” declarou Francisco, perante dezenas de milhares de pessoas reunidas na Praça de São Pedro.
A celebração contou com a primeira exposição pública das relíquias do apóstolo Pedro, primeiro Papa da Igreja, que foram colocadas junto ao altar.

Francisco convidou os participantes a entregarem a Jesus “as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias”, e mesmo os “momentos mais sombrios”, porque Cristo dá a “esperança”, a “palavra do perdão, não a da condenação”.
“Hoje, todos nós podemos pensar na nossa história, no nosso caminho: cada um tem a sua história, também as suas falhas, os seus pecados, os momentos felizes e de escuridão. Faz-nos bem pensar na nossa história, olhar para Jesus e dizer-lhe, de coração: ‘Lembra-te de mim’”, declarou.
A centralidade de Cristo, “Senhor da criação, Senhor da reconciliação”, exige que cada crente seja capaz de a “reconhecer e aceitar na vida”, “nos pensamentos, nas palavras e nas obras”.
“Quando se perde este centro, substituindo-o por outra coisa qualquer, disso só derivam danos para o meio ambiente que nos rodeia e para o próprio homem” advertiu o Papa.
A homilia destacou também a presença de Cristo como “centro do povo de Deus”.
“Cristo, descendente do rei David, é o «irmão» em volta do qual se constitui o povo, que cuida do seu povo, de todos nós, com o preço da sua vida. Nele, nós somos um só; unidos a Ele, partilhamos um só caminho, um único destino”, assinalou Francisco.
A reflexão partiu da passagem evangélica do “bom ladrão”, crucificado ao lado de Jesus que lhe pede a sua misericórdia.
“A promessa de Jesus ao bom ladrão dá-nos uma grande esperança: diz-nos que a graça de Deus é sempre mais abundante de quanto pedira a oração. O Senhor dá sempre mais do que se lhe pede: pedes-lhe que se lembre de ti, e Ele leva-te para o seu Reino”, disse o Papa.
Além da inédita exposição das relíquias de São Pedro, a missa conclusiva do Ano da Fé – que se iniciou em outubro de 2012, por iniciativa do Papa emérito Bento XVI – foi o momento escolhido para entrega simbólica da nova exortação apostólica de Francisco, ‘Evangelii gaudium’ (a alegria do Evangelho), que vai ser apresentada publicamente na terça-feira.
A celebração contou ainda com a realização de um peditório em favor da população das Filipinas, atingida pelo furacão Haiyan.
OC

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