"Faltam cristãos coerentes com as consequências da Páscoa"

Pertencer à comunidade de Cristo significa defender «valores da fé» a todos os níveis, a começar pela «família», diz D. Ilídio Leandro. O bispo de Viseu espera que a celebração da Páscoa deste ano tenha contribuído para a consolidação do compromisso cristão de todas as comunidades, na “relação viva” com a Igreja, a sociedade e a família.

Na homilia do Domingo de Páscoa, enviada à Agência ECCLESIA, D. Ilídio Leandro sublinha que “faltam cristãos coerentes com as consequências da Páscoa” e aponta caminhos para a realização da “missão” dos fiéis no meio da sociedade e do mundo.

Segundo o prelado, pertencer à família de Cristo, através do batismo, implica não só a valorização dos sacramentos ou a escuta da Palavra de Deus mas também lutar pela família terrena, “instituição que mais tem sofrido” com a atual “crise de valores”.

Aquela que deveria ser a base “estruturante” de toda a sociedade “tem sido a mais desprotegida” pela “vida social e política”, realça o bispo viseense, que considera “urgente que a família se reencontre com a sua identidade, a sua vocação e a sua missão”.

Um objetivo que, para aquele responsável, só será concretizado através da construção de “uma comunidade de vida e de amor, fundada na relação conjugal entre o homem e a mulher, com a vocação à fecundidade e à participação na vida social”.

“Há muitos aspetos da vida pessoal e social que estão mal porque se retiraram responsabilidades à família, depois de se lhe retirarem direitos e condições para ela ser significante e ativa na construção da sociedade”, sustenta D. Ilídio Leandro, apontando para áreas como a “educação das crianças e dos jovens e os direitos e apoios sociais”.

Sublinhando que a Paixão, Morte e Ressurreição de Cristo deve desafiar os cristãos a primarem pela “coerência” de vida e de fé, o prelado convida os fiéis a se empenharem no serviço à comunidade.

No entanto, a sua presença “não deve confinar-se” a estas realidades, mas transbordar para “a vida social, laboral, económica, cultural e política”, numa ação “segundo os valores da fé, refletida e vivida com a competência e com a razão, de acordo com a consciência bem formada”, salienta D. Ilídio Leandro.

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